Você já prestou atenção na sua mordida?

Se os dentes superiores cobrirem mais de um terço dos inferiores na hora de fechar a boca, você pode ter um problema de má oclusão chamado de sobremordida

De repente, você olha no espelho e percebe que seus dentes superiores cobrem excessivamente os inferiores. Chamado de sobremordida ou mordida profunda, esse problema ortodôntico deve ser tratado para evitar complicações. De acordo com o implantodontista, periodontista e editor do blog Dicas Odonto, Luiz Rodolfo May dos Santos, quanto mais cedo essa desarmonia na mordida for diagnosticada, melhor. Ela se caracteriza pelo posicionamento incorreto dos dentes, quando os superiores cobrem os inferiores em mais de um terço.

A origem pode estar ligada ao fator genético, alterações no crescimento dos maxilares, modificações na função dos lábios e da língua e alterações na erupção dentária. Outros fatores que podem estar associados ao problema são perda precoce de dentes posteriores como os primeiros molares; retrognatismo mandibular, isto é, quando a mandíbula fica posicionada para trás em relação à maxila, dando aspecto de queixo pequeno; musculatura da mastigação muito forte e desgastes dentários provocados por hábitos parafuncionais, como o bruxismo.

A doutora e especialista em Dentística e Ortodontia Arlene Tachibana afirma que, quando não diagnosticada precocemente, a sobremordida pode prejudicar o desenvolvimento normal da mandíbula, com consequências funcionais e estéticas bem como predispor a problemas na ATM (articulação temporo-mandibular). O profissional mais indicado para diagnosticar e indicar o tratamento correto é o cirurgião dentista especialista em ortodontia ou ortopedia funcional dos maxilares.

Segundo Luiz Rodolfo, ao identificar a desarmonia na mordida, o profissional solicita exames complementares para confirmar o diagnóstico e estabelecer como será o tratamento que poderá ser feito com aparatos fixados aos dentes ou com uso de aparelhos removíveis. “Nesses momentos, gosto de indicar meus pacientes para um especialista em Ortodontia”, diz. A maioria dos especialistas recomenda o uso de aparelho a partir dos seis anos de idade, quando é possível uma colaboração mais efetiva do paciente, mas, em algumas situações, tratamentos precoces podem também ser recomendados.

Arlene destaca que o tratamento durante a infância permite que o especialista oriente o crescimento correto e harmônico dos ossos da maxila e da mandíbula, favorecendo o desenvolvimento adequado para a acomodação correta dos dentes de leite e dos permanentes que os sucederão, prevenindo desarmonias futuras. “A duração do tratamento ortodôntico depende de muitos fatores, como a idade do paciente, sua colaboração e os cuidados em relação ao uso correto e manutenção do aparelho, além da resposta biológica do indivíduo. Cada caso deve ser analisado individualmente e pode durar um ano ou mais”, esclarece.

No caso de adolescentes e adultos, o tratamento é feito com o uso de aparelho fixo. “Como o crescimento dos ossos já foi finalizado, o especialista atuará em uma condição óssea estabelecida, o que poderá limitar os resultados do tratamento”, alerta Arlene. A cirurgia, denominada de ortognática, é recomendada apenas em casos extremos, quando não é possível resolver o problema só com a utilização de aparelhos. A intervenção geralmente é feita em adultos que não tiveram diagnóstico precoce e que precisariam, além de alterar posição dental, corrigir a posição de relação entre maxila e mandíbula. O procedimento é realizado por um dentista especialista em cirurgia bucomaxilofacial e em âmbito hospitalar. Atualmente, os planejamentos cirúrgicos são executados virtualmente em conjunto com o ortodontista.

A cirurgia é de caráter funcional, mas mexe totalmente com a estética da face e deve ser muito bem indicada. É feita uma fixação rígida dos maxilares com amarrias no aparelho que deixam a boca travada, totalmente fechada. A recuperação leva cerca de duas semanas e, nesta fase, o paciente se alimenta apenas de líquidos através de um canudinho. Depois da remoção dessa fixação, ele terá que reaprender a mastigar, iniciando a ingestão de alimentos pastosos e, gradativamente, voltando à alimentação normal. Os exercícios físicos são contraindicados por alguns meses”, explica Luiz Rodolfo.

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