Saiba quem são os 12 pré-candidatos que querem ser o próximo prefeito de São Paulo

As articulações dos partidos para a escolha dos nomes para as eleições à Prefeitura de São Paulo, marcadas para 15 e 29 de novembro, permanecem durante a pandemia do coronavírus. De acordo com levantamento da Gazeta de SP, há pelo menos 12 pré-candidaturas confirmadas ou sendo negociadas na Capital. A campanha eleitoral se inicia em 26 de setembro, com a permissão de propaganda no rádio, na televisão e na internet.

Os escolhidos

O prefeito Bruno Covas (PSDB) vai concorrer à reeleição, e é considerado o favorito para o pleito municipal. O perfil discreto do tucano é visto por analistas como uma característica eleitoral positiva. Também deve ser bem avaliado o fato dele continuar à frente do cargo mesmo no combate a um câncer e após ser diagnosticado com coronavírus. Na quarta-feira (22), Covas publicou uma imagem em um hospital, e escreveu: “Hoje tive a 8ª sessão de imunoterapia. Sigo firme e confiante no tratamento. Depois da sessão fui despachar na Prefeitura, fazer nossa reunião diária de acompanhamento da crise do coronavírus”.

O tucano ainda busca um nome para compor a chapa. Por ora, há dois cotados para ser candidato a vice-prefeito: o ex-secretário de Cultura, Alê Youssef (Cidadania) e o apresentador José Luiz Datena (MDB).

Datena ainda não decidiu se será candidato a prefeito, a vice ou se permanece exclusivamente na televisão. O apresentador do Brasil Urgente, da “Band”, se filiou ao MDB em março, o que reforçou a chance dele sair como candidato. Há algumas eleições ele acena para a possibilidade eleitoral, mas recua pouco antes do início da campanha.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, Datena pediu férias de 30 dias na “TV Bandeirantes”, algo que não fazia há anos. O movimento é visto como indicação de que seu nome vai estar nas urnas em 15 de novembro. Outra opção do MDB é a escolha por Paulo Skaf.

Personalidade também originária da televisão, o deputado federal Celso Russomano (Republicanos) deve buscar o cargo em 2020. Nas duas últimas eleições à prefeitura o deputado chegou a liderar as pesquisas, mas no fim sequer foi ao segundo turno.

A deputada Joice Hasselman (PSL) também mantém o desejo de ser candidata na Capital. Ela chegou a ser cotada para ser vice de Covas, mas as suas declarações na semana passada demonstram que essa é uma possibilidade remota: “Bruno é um bom menino e um péssimo prefeito”, disse ela, em entrevista à “Folha”. Apesar de estar rompida com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ela garante que vai ter “muito voto de bolsonarista”.

Já o Novo, escolheu Filipe Sabará, após uma espécie de processo seletivo do partido. Sabará defende a implantação de uma agenda liberal na cidade e apoio intenso ao empreendedorismo. Pelo PSD o pré-candidato é Andrea Matarazzo, que quer levar sua experiência em diversos cargos públicos, como o de subprefeito da Sé, para a sede da prefeitura. O Patriota vai lançar o deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, que ganhou notoriedade pelo MBL (Movimento Brasil Livre), grupo que esteve entre as lideranças dos protestos de rua que culminaram no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Após anos de apoio a candidatos do PT, o PCdoB lançou Orlando Silva como pré-candidato a prefeito. Conhecido por ser um deputado federal da esquerda que tem uma boa relação com diversos setores do centro e da direita, Orlando pretende devolver protagonismo eleitoral à legenda, na esteira do alcance nacional de Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão.

A ex-prefeita Marta Suplicy pretende voltar ao cargo neste ano. Em abril ela anunciou a sua filiação ao Solidariedade, e deve ser confirmada como pré-candidata do partido.

Márcio França (PSB), com apoio do PDT, é considerado um nome forte para o pleito de 15 de novembro entre a centro-esquerda. Ele ganhou impulso ao chegar ao segundo turno com João Doria (PSDB) nas eleições estaduais de 2018 – e de ter ganho do tucano em São Paulo. Apesar disso, há contra o ex-prefeito de São Vicente, na Baixada Santista, não ser tão identificado com o eleitor da Capital.

No último domingo, foi confirmado o nome de Guilherme Boulos, pelo Psol. A sua vice é a deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina (Psol), que, em teoria, fortalece a candidatura, por Erundina ter baixa rejeição entre alas progressistas e de esquerda do eleitorado.

A escolha do Psol por Boulos fez vertentes do PT repensar a decisão por Jilmar Tatto. Há uma impressão de que o PT pode se tornar um coadjuvante do Psol caso mantenha a escolha pelo ex-secretário municipal de Transportes. Com isso, se iniciou uma tentativa de convencimento para que o ex-prefeito Fernando Haddad concorra ao cargo neste ano. Haddad, porém, já disse que não tem interesse em voltar a ser prefeito.

Há, ainda, os que defendem que o PT deixe o pleito eleitoral para apoiar Boulos no primeiro turno. Tarso Genro, gaúcho com influência nacional sobre o partido, é um dos que propuseram a ideia. Nabil Bonduki, que participara das prévias para ser candidato a prefeito, escreveu que é “importante ouvir o que pensa Tarso Genro”.

Em nota, os deputados estaduais do PT apoiaram a permanência da candidatura de Tatto na Capital.

Por Bruno Hoffmann – Gazeta de SP