Sabesp pede para aumentar captação em sistema que trará água para Cotia em 2017

A Sabesp pediu às autoridades hídricas federais e estaduais um aumento da captação de água no futuro Sistema São Lourenço.

O sistema é construído por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) e está previsto para funcionar a partir de 2017. Ele vai retirar água da Represa Cachoeira do França, em Ibiúna.

Com essa água, a Sabesp vai atender 1,5 milhão de consumidores em Cotia, Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista, sendo que 1,1 milhão é atendido hoje pelo Sistema Cantareira, que vive situação crítica e ainda não conseguiu recuperar a segunda cota do volume morto.

A Sabesp já tem autorização para captar 4,7 m³/s quando começar a operar o sistema, mas protocolou pedido na Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica e no DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica para aumentar o volume para 6,4 m³/s.

Se for aprovado esse acréscimo, será possível abastecer mais 500 mil moradores de Santana de Parnaíba, Carapicuíba e Osasco, totalizando 1,6 milhão de consumidores.

O pedido, porém, pode inaugurar uma queda de braço entre a Sabesp e a Votorantim Energia, que atualmente utiliza a represa. O aumento da captação deverá diminuir a quantidade de água disponível para a produção de energia.

A Votorantim afirmou que não questionará decisões das agências reguladoras. O complexo de usinas da Votorantim no Rio Juquiá, um dos rios que formam a bacia, começou a ser construído nos anos 50 para suprir a necessidade de autogeração da empresa.

“Atualmente, essa área possui 31 mil hectares de Mata Atlântica conservada, onde está localizada a reserva Legado das Águas, iniciativa em parceria com o governo do Estado de São Paulo que prevê a preservação da floresta, o incentivo a pesquisas científicas e o desenvolvimento de projetos de desenvolvimento social dos municípios da região”, disse a empresa sobre a região onde a Sabesp vai captar água.

O sistema
O São Lourenço será o sétimo sistema a abastecer a capital paulista, juntando-se ao Cantareira, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande, Alto Cotia e Alto Tietê.

A captação de água vai ocorrer por meio de 83 km de adutoras (grandes tubulações), incluindo um túnel de 1.100 metros pela serra e uma passagem por baixo da Rodovia Raposo Tavares.

Em parte do trajeto, os tubos chegam a ter 2,10 metros de diâmetro. Um dos pontos principais é o bombeamento da água para superar o desnível de 300 metros da Serra de Paranapiacaba. O projeto prevê ainda a construção de uma estação de tratamento de água em Vargem Grande Paulista, e reservatórios para armazenar até 110 milhões de litros d´água.

O Sistema Produtor de Água São Lourenço é uma parceria das construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa e tem investimento de R$ 2,21 bilhões, em troca da operação do sistema por 25 anos.

Do G1