Ricardo Guerin: Novos Caminhos

Através do nosso querido Chico Xavier recebemos mais de 400 livros. Acreditando ou não nos fenômenos mediúnicos é de impressionar a quantidade de informações que ele nos trouxe. Os números fazem de Chico o escritor mais lido da América Latina. Uma de suas obras preferidas era Paulo e Estevão, que narra a vida e obra de uma figura ímpar para a consolidação do cristianismo no mundo: Paulo de Tarso.

Um livro lindo, cheio de detalhes para complementar as lições que estão na bíblia. Nos mostra em muitas oportunidades que a vida nos pede movimento, coragem para recomeçar.

Para ilustrar como determinadas “certezas” na nossa vida não são tão certas assim, gostaria de trazer um trecho do capítulo 4 deste livro.

Começa contando que um amigo de Paulo de nome Sadoc o esperava em sua casa. Emmanuel, autor espiritual deste livro, conta em detalhes a chegada de Paulo para visitar seu amigo:

O ano era 35, Saulo (Paulo) chega num carro semelhante as bigas romanas puxado por dois lindos cavalos brancos… Fisionomia de máscula beleza… Vestia-se com a túnica do patriciado… Falava de preferência ao grego… Havia estudado em Atenas e Alexandria.

São detalhes aparentemente simples, muitas vezes passam até despercebidos. Trazendo para os dias atuais seria algo assim: Paulo estaciona seu carro esportivo importado, vestindo um terno de alta costura, falando em inglês pois voltava dos seus estudos de Harvard ou Cambridge. Também era admirado pela inteligência e pela influência entre os poderosos do seu povo. Tinha um futuro brilhante pela frente. Venceria fácil no mundo.

Mas Deus tinha outros planos para ele…

Na Estrada de Damasco encontra-se com Jesus em passagem já conhecida por todos. Ante a nova situação Paulo simplesmente responde ao mestre com uma pergunta: “Senhor, que queres que eu faça? ”.

Não pesou para Paulo as conquistas materiais, não foi determinante o conforto do mundo. Não o impediu o prestígio político que ele perderia. Nada disso era importante… E de fato não é.

Tudo pode chegar ou ir embora num piscar de olhos.

Assim como foi com Paulo, Deus também tem planos para nós. Nem sempre esse plano vai estar coroado de “facilidades do mundo”, prestígio, sucesso financeiro… O plano de Deus para nós visa a nossa felicidade, e essa felicidade verdadeira não se encontra apoiada nas “coisas do mundo”, afinal o Reino de Deus está dentro de nós e não fora.

Quando a estrada é muito bonita acaba nos distraindo mesmo. Quando tudo vai muito bem esquecemos da finalidade da nossa existência. A busca espiritual tem sempre que vir em primeiro lugar. Afinal, é por isso que estamos aqui.

Ante as situações novas, quando estivermos percorrendo a NOSSA estrada de Damasco, nos lembremos da lição preciosa de Paulo, que se submete a vontade de Deus e ainda pergunta: “que queres que eu faça? ”

guerinPaz e Luz

*Ricardo Guerin é trabalhador voluntário da Associação Espírita Atitude de Amor, em Cotia e escreve  no Jornal Cotia Agora sobre espiritismo.