Rafael Oliveira mostra o último trabalho de David Bowie, Blackstar

Faz tempo que esse disco foi lançado, e claro muito já se falou, mas notei algo em especial que gostaria de compartilhar. David Bowie o eterno “Camaleão do Rock” sempre foi inovador a seu tempo, nunca tão criativo artista se desenvolveu tanto e explorou tantas temáticas com inteligência, claro sem falar em suas performances e identidades, acho que hoje é difícil notar algo parecido, talvez bastante emblemática seja a banda Ghost que já falamos aqui em outro momento desta coluna.

Este sem dúvida é o trabalho mais enigmático de David Bowie, sua criatividade e de seus produtores não deixam nada a perder com o disco Blackstar, para começar a primeira faixa de 10 minutos de duração a música que é faixa-título do disco “Blackstar”, seu clipe repleto de visões, cores, movimentos, tons soturnos, um livro que parece ser um “Bíblia”, evocando algo a alguma divindade, a presença de espantalhos e figuras esquisitas, culto ou ritos antigos, um som tipicamente do jazz, há quem diga que essa canção foi dedicada ao Estado Islâmico, não se sabe, até mesmo um astronauta morto aparece neste clipe sombrio.

A segunda canção – “Tis a Pity She Was a Whore” ainda com sons do saxofone, superam ao estilo mórbido da canção anterior e colam tons mais quentes e até rítmicos, a canção fala sobre uma relação incestuosa de uma mulher com seu irmão, atos de lascívia e ao final o irmão mata sua irmã…[tenebroso], há partes da canção muito mais explícitas, mas não citarei aqui em respeito aos leitores.
Na terceira canção essa muito divulgada e associada como uma canção de despedida de David Bowie deste mundo, faz referência ao personagem bíblico “Lazaro” que foi morto e ressuscitado por Jesus Cristo, no clipe desta canção (Lazarus), Bowie está em cima da cama, falando de algo como a sua doença e o quando deseja passar livre da enfermidade para o outro mundo, muitos imaginaram ser algo como o fim de Bowie.

Na quarta e quinta faixa do disco, respectivamente “Sue” e “Girl Love Me”, a primeira é uma melodia circular, sem refrão e com a tendência marcante do jazz, a segunda canção algo completamente esquisito, um trabalho nada convencional e cita partes do filme Laranja Mecânica e até mesmo o uso de dialeto chamado “Nadsat”, fonte exclusiva do produtor Tony Viscondi, achei bastante diferente e uma pegada rítmica, como as canções demonstradas anteriormente.

Agora as duas últimas canções deste disco são um tanto quanto “experimentalísticas” de Bowie, a penúltima canção “Dollar Days” é uma música mais lenta, mais tranquila e mais curta, carregada de jazze fechando com “I Can’t give everything away” que inclusive possui um pequeno trecho da canção “A new career in a new town” do disco Low de 1977, o clipe se inicia com muitos símbolos de estrelas, letras da canção subindo em animações especiais, segundo muitos jornalistas essa canção está diretamente associada a temas de morte e despedida de Bowie, talvez esteja se referindo a isso, ou talvez seja algo que Bowie como um artista queria expressar sem ter que dizer.
Enigmático e sombrio…

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Por Rafael S. de Oliveira – Mórmon/SUD – Com oficio de Elder, Diretor de Assuntos Públicos e Especialista de Bem Estar, membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Vice-Presidente – O Observatório: Associação de Controle Social e Políticas Públicas da Zona Oeste de SP (mandato 2020-2023). Técnico em Políticas Públicas pelo PSDB (Partido da Social Democracia do Brasil), Engenheiro de Produção e ex-gestor por 3 grandes empresas (Luft Logistics, IGO SP e TCI BPO). Apresentador e Produtor pela Rádio Meteleco.Net (Programa Garimpo) e Colunista no Jornal Cotia Agora (Caderno de Música, Discos, Experiencias e Cultura).