Poluição e baixo nível de água podem comprometer represa da região

A represa de Itupararanga, que abastece Ibiúna e parte de Cotia (limite dos municípios), vem sofrendo com a poluição derivada da vazão de esgoto e agrotóxicos, além do baixo nível de água da barragem.

De acordo com o professor e especialista em Ecologia Aquática e Gestão Ambiental da Universidade Federal de São Carlos, André Cordeiro Alves dos Santos, se nada for feito, em um prazo de 10 a 20 anos a represa pode não ter mais qualidade de água para abastecimento.

A barragem encontra-se em uma Apa – Área de Proteção Ambiental criada em 1998 para proteger os recursos hídricos da região que abrange oito municípios paulistas, entre eles, Ibiúna, Votorantim, Alumínio, Mairinque e Sorocaba. Até a década de 90, a água de Itupararanga, segundo explica o professor, era considerada uma das melhores do estado de São Paulo.

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de São Paulo vem discutindo, em conjunto com especialistas e moradores, a cota de operação ideal da usina para o abastecimento de água público e para a mitigação dos impactos ambientais, assim como a ampliação do tratamento de esgoto.

O professor destaca ainda a necessidade de investimentos em moradia para a população de baixa renda, o que evitaria a ocupação desordenada na região que é uma Área de Proteção Ambiental. “Se você não tem nenhum programa em moradia para que as pessoas possam morar com dignidade, a tendência delas é ocupar terrenos nas periferias da cidade, que consequentemente dificultam qualquer processo de saneamento”, explicou o professor à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual.

Do Correio do Brasil com RBA