Poluição deve matar 18 pessoas por dia na Grande São Paulo

Caso a poluição continue nos níveis atuais haverá, até o ano de 2025, 51 mil mortes na Grande São Paulo provocadas pela má qualidade do ar.

É o que aponta estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Saúde e Sustentabilidade e a Escola Paulista de Medicina. Esse total corresponde a 6,4 mil mortes por ano, ou 18 mortes por dia na Região Metropolitana de São Paulo, área que inclui as cidades da região Oeste. Também nos próximos 7 anos, 11 pessoas devem dar entrada nos hospitais diariamente – até 2025 – com doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão, todas causadas pela poluição do ar, o que deve gerar um gasto de R$ 22 bilhões com atendimentos tratamentos.

O estudo aponta ainda a poluição em São Paulo mata duas vezes mais do que acidentes de trânsito, cinco vezes mais do que câncer de mama e sete vezes mais que a AIDS. Dentre os principais poluidores do ar estão os veículos. Por isso, a partir do estudo, organizações da sociedade civil divulgaram manifesto de denúncia contra ação de montadoras, que estariam tentando atrasar o início da exigência de que os carros produzidos e vendidos no Brasil passem a respeitar o chamado padrão Euro VI, que é menos poluente que o atual. O texto reivindica que a migração, do padrão Euro V para o Euro VI, seja feita o mais rapidamente possível, para reduzir o número de mortes causadas pela poluição do ar.

A adoção dessa tecnologia, que precisa ser aprovada pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) em votação prevista para ocorrer dias 30 e 31 deste mês, significará uma redução de 80% nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), um dos precursores do ozônio – gás tóxico para humanos –, e de 70% nas emissões de material particulado. Segundo Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, uma das entidades que assina o manifesto, a intenção das montadoras é empurrar a obrigatoriedade de adoção do padrão Euro VI para 2023. “Cinco anos é muito tempo, precisamos urgentemente mudar o modelo atual”, afirma.

Do Webdiario