Polícia resgata 33 bolivianos de trabalho escravo em Carapicuíba

A polícia prendeu nesta terça-feira (15) quatro bolivianos suspeitos de manter 33 conterrâneos em regime de escravidão em Carapicuíba. Os trabalhadores viviam em condições precárias e trabalhavam até 14 horas diárias para pagar a comida e o aluguel do alojamento onde viviam.

Os policiais chegaram até as oficinas clandestinas após o registro de um boletim de ocorrência e uma denúncia. A investigação levou os agentes até um imóvel que tinha a fachada de uma igreja, onde encontraram quatro bolivianos costurando.

Em outro ponto da cidade, a polícia encontrou 12 bolivianos que trabalhavam dia e noite na confecção clandestina instalada em um imóvel com placa de aluguel. No local, também precário, os agentes encontraram tecidos espalhados e as máquinas de costura dividiam o espaço com carros na garagem.

De acordo com as investigações, após trabalhar por 14 horas, os bolivianos seguiam para os fundos, onde havia algumas camas e funcionava como um alojamento.

Em entrevista ao SP2, da TV Globo, os aliciadores negaram a exploração. “Eu dou tudo para eles, alimentação, todas as coisas”, disse um deles.

Em outra oficina clandestina, os policiais encontraram mais 11 trabalhadores. Na reportagem, uma costureira contou que trabalhava muito para compensar os gastos com alimentação e moradia. “O aluguel eu pago R$ 1.300, né. A comida também fica entre R$ 600 e R$ 700 para um mês”. Outro costureiro afirmou que recebia por peça produzida e que o valor variava entre R$ 1 e R$ 4. “Tem peça que é mais difícil e vai aumentando o valor”, contou.

Os donos das confecções foram presos em flagrante. “Não há nenhum direito trabalhista assegurado. Os valores que eles recebem pelo trabalho, que é por produção, não cobrem os gastos que eles têm com alimentação e estadia, de modo que eles sempre ficam devendo para o dono do negócio”, afirmou o delegado Marcelo Prado. A Polícia Federal vai checar se a situação delas no Brasil é legal.

Do Visão Oeste