Polícia de SP adota cartão para colher sangue de cadáveres e guardar DNA

Chamado de FTA, cartão também será usado em pessoas vivas, diz SSP. Medida visa evitar exumações e ajudar em casos de estupro e paternidade.

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) de São Paulo passou a adotar em caráter definitivo um cartão que será usado para colher sangue de cadáveres e pessoas, com o objetivo de armazenar o DNA deles. Na terça-feira (24), o Diário Oficial do Estado publicou informações que tratam da padronização do cartão, chamado de FTA.

O cartão será adotado pelos institutos médico-legais de todo o Estado de São Paulo. Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota, que o cartão foi usado em caráter “experimental nos IMLs da capital e Grande São Paulo há aproximadamente um ano para avaliação do produto”.

Ainda segundo a pasta, o FTA poderá ser usado em “casos de violência sexual e de paternidade, e poderá evitar futuras exumações de cadáveres que necessitem de material genético para confronto de DNA, o que vai facilitar o trabalho da perícia forense”.

A SSP esclareceu, no entanto, que apesar da adoção do cartão, “o processo de catalogação dos cadáveres continua o mesmo, com a coleta das digitais para a planilha dactiloscópica, a fotografia do rosto e características físicas marcantes, além da descrição de características gerais.”

Banco de dados
A Polícia Civil de São Paulo e o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo terão um banco de dados central para trocar informações e evitar que pessoas desaparecidas sejam enterradas como indigentes. O acordo foi divulgado na quarta-feira (25) pela assessoria de imprensa do Ministério Público (MP).

Por meio de nota, o MP informou que a Procuradoria-Geral de Justiça e o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID) da Promotoria conseguiram definir a criação do banco de dados após diálogos com a Secretaria da Segurança Pública.

Segundo o MP, o objetivo do acordo é “garantir às Instituições que trabalham na busca de desaparecidos que os corpos encaminhados ao IML serão informados para a polícia, e que esta irá se encarregar de contatar os familiares, especialmente antes do enterro.”

Um banco de dados central vai agrupar informações das 72 unidades do IML no Estado, de acordo com o Ministério Público. Segundo o órgão, com essa medida, a polícia poderá, por exemplo, “fazer pesquisas e buscas, online, tanto no banco de dados que já possuem tanto quando receberem a notícia de um novo desaparecimento.”

A Promotoria informou que a troca de informações com o IML poderá ajudar a Delegacia de Desaparecidos do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a Divisão de Investigações Gerais (DIGs) e o Serviço de Investigações Gerais (SIGs) a receberem notícias sobre novos desaparecimentos.

No banco de dados terão informações “sobre o nome das pessoas que deram entrada nas unidades do IML,” características do corpo, fotos e roupas, segundo o MP.

Por Kleber Tomas – G1