Para frear ataques, bancos reduzem dinheiro e horário de caixas eletrônicos

Para tentar reduzir os prejuízos e inibir os ataques a caixas eletrônicos, os bancos brasileiros passaram a reduzir o dinheiro disponível e o horário de funcionamento em muitos locais do país.

O motivo é a onda de ataques aos caixas. São quase nove ocorrências diárias registradas em média no Brasil.

Em Cotia, as agências da Caixa já adotaram o sistema desde o início do ano. Funcionários da Prefeitura de Cotia, que recebem seus salários pela Caixa, já reclamaram aqui no Cotia Agora sobre o assunto. A Caixa não se manifestou na época, mas até os caixas eletrônicos em frente à prefeitura e dentro da antiga ProCotia foram retirados e um Decreto assinado pelo prefeito Carlão Camargo revogou a autorização ao banco estatal em usar os espaços.

No Brasil, existem 159 mil caixas eletrônicos espalhados em todos os Estados. Por ano, os bancos dizem investir R$ 9 bilhões em segurança.

Mesmo assim, em 2014, 2% dos caixas foram atacados, quando houve o maior número de ocorrências na década até agora: 3.150, segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores de Ramo Financeiro). São Paulo liderou as ocorrências de assaltos e arrombamentos, com 736 casos.

  • Ataques a bancos
  • 2011- 1.612
  • 2012 – 2.530
  • 2013 – 2.944
  • 2014 – 3.150
  • Fonte: Contraf/CUT

Bancos confirmam as providências, mas não informam detalhes: em quanto reduziram os valores ou os horários.

Bancos falam sobre as medidas

O UOL consultou os cinco maiores bancos do país sobre a redução de dinheiro e horário.

A Caixa confirmou que adotou medidas de prevenção, “dentre elas a redução de valores nas agências e caixas eletrônicos.”

Por considerar medida estratégica, o banco não divulgou os limites disponibilizados, nem as localidades. A Caixa informou que não reduziu o horário de atendimento nem removeu caixas eletrônicos.

O Banco do Brasil informou que as medias de segurança, como redução de dinheiro e de horário do autoatendimento, são tomadas de forma específica “de acordo com a realidade de cada praça em que atua.”

Segundo o banco, a retirada de terminais é “parte do acordo com a TecBan para a instalação e o compartilhamento de 30 mil terminais de autoatendimento até 2020, em que se prevê a substituição gradativa dos terminais dos bancos signatários por terminais da rede Banco24Horas”.

O Santander não deu detalhes sobre as medidas e se limitou a informar que investe “de forma recorrente em ações integradas, em todas as suas regiões de presença, com foco na segurança de funcionários, clientes e de seu patrimônio” e que cumpre as determinações do plano de segurança.

Itaú e Bradesco não comentaram o tema.

“Extrema preocupação” da Febraban

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) diz que os ataques a caixas eletrônicos estão sendo acompanhados com “extrema preocupação” e “lamenta que a situação tenha chegado ao ponto de a população ser privada de um serviço dessa importância.”

Segundo a Febraban, faltam leis que protejam mais clientes, funcionários e instituições. “A ação de segurança permitida pela legislação aos estabelecimentos comerciais e bancos é insuficiente frente à violência empregada. O combate desse tipo de crime exige um conjunto de ações no âmbito da segurança pública, com as quais a Febraban e os bancos associados estão comprometidos em dar sua contribuição”.

Para a federação, os dispositivos de segurança instalados nos terminais, como aqueles que danificam as cédulas, são insuficientes para desestimular os ataques a caixas automáticos.

“Os bancos investem constantemente em tecnologia e outras formas para aperfeiçoar seus mecanismos de segurança. A Febraban também mantêm reuniões com órgãos das Polícias Civil, Militar e Federal e do Exército para a identificação e prisão dos arrombadores. Somente com ações policiais coordenadas, esse tipo de crise poderá ser combatido”, afirma.

Do Uol c/ redação do Cotia Agora