Mini Cooper perde charme para ter espaço e 4 portas

O Mini Cooper, aquele carrinho britânico simpático que existe desde os anos 1950 — o personagem de humor “Mr. Bean” era dono de uma unidade na cor amarela –, continua a venda ao redor do mundo em sua nova geração, com motores menores e menos poluentes.

No Salão do Automóvel de São Paulo do ano passado, a marca, que pertence ao Grupo BMW, revelou o Cooper 5-door, primeira versão com quatro portas da história do hatch. Junto da nova opção veio um aumento de 16 cm no comprimento (de 3,82 metros para 3,98 m) — na versão S, são 4 metros cravados.

Além de ficar maior, a atual geração também recebeu novos motores — 1.5 turbo de três-cilindros (138 cv e 22 kgfm de torque) para o Cooper; 2.0 turbo de quatro-cilindros (194 cv e 27,5 kgfm) para o Cooper S, ambos a gasolina com sistema de injeção direta de combustível — e caixas de câmbio, que podem ser manual ou automática, sempre com seis marchas. No Brasil, somente o sistema de transmissão automático está disponível atualmente.

E o charme?

Apesar das novidades, a versão de quatro portas surgiu para acabar com o charme que restava no carro. A outra parte da graça foi embora quando ele mudou de geração, no início de 2014.

Claro que o desenho continua a ser um dos diferenciais do modelo em relação aos concorrentes (hatches premium como Audi A3, BMW Série 1 e Volkswagen Golf, por exemplo), mas com o aumento de tamanho, o Mini Cooper não consegue ter o jeitinho simpático da geração anterior. Ou até mesmo que o microcarro anos 50.

Isso, porém, não é só desvantagem, até porque o modelo está mais espaçoso e confortável, com bom acabamento interno, e continua sendo um tesão de dirigir, independentemente da configuração de motor escolhida.

Por dentro, aliás, o painel central oferece conjunto completo de dados de condução e do computador de bordo, embora este último não seja mostrado de forma tão fácil ou intuitiva. Os botões do console são confusos e merecem ser estudados antes pelo motorista. Forma prática de dizer que vale fuçar todo o interior antes de sair com o carro para a rua.

Apesar de continuar sendo um esportivo de bolso (da expressão pocket rocket, em inglês), como dizem os entusiastas, a suspensão do Mini Cooper ainda não foi acertada para encarar o asfalto brasileiro. Isso prejudica qualquer tentativa de diversão. Chega a dar dó das rodas, pneus, molas e amortecedores quando se passa em um buraco ligeiramente maior.

O consumo, que segundo a marca era uma das melhorias da nova geração, não é tão bom: segundo dados do Inmetro, é nota B para a versão standard (10,6 km/l na cidade e 12,2 na estrada) e C para a configuração S, com motor 2.0, capaz de fazer 10 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada). Os carros avaliados por UOL Carros fizeram, na cidade, 6,8 km/l e 5,4 km/l, respectivamente.

Do Uol (André Deliberato)

cooper2 cooper3