Medo da dengue leva escolas de Cotia e SP a incluir repelente no material escolar

Com o aumento dos casos de dengue em São Paulo, os pais têm colocado na mochila das crianças mais um item: o repelente.

Algumas escolas pedem que os pais enviem o produto para ser reaplicado ao longo do dia, principalmente, para os pequenos que ficam em período integral. Na escola Kid´s Home, na Granja Viana, em Cotia, a aplicação é feita logo que as crianças chegam e pouco tempo depois do almoço. A analista de business intelligence, Mariana Ramalho, 25, manda todos os dias o repelente para a filha Georgia, 2 anos. “Mesmo no calor, tenho mandado ela de calça.

Aplicamos o repelente umas seis vezes por dia”, comenta. Segundo ela, na semana passada a escola enviou um e-mail para os pais informando sobre a importância de mandar o repelente. Em outras escolas, como a UP School, no Alto da Lapa (zona oeste de SP), o uso de repelentes já faz parte da rotina das crianças desde o ano passado. A diretora pedagógica Patrícia Lozano diz que a prevenção é feita da mesma maneira que a do protetor solar. “Todas as crianças tem uma nécessaire com esses itens. Cada pai envia a marca que é recomendada pelo seu pediatra para evitar qualquer tipo de reação na pele das crianças”, comenta. O produto é aplicado duas vezes por dia para quem fica em período integral. Algumas escolas não pedem o repelente, mas os pais decidem mandar por conta própria por recomendação dos pediatras. É o caso da administradora Roberta Belém Cataldi, 41, mãe do Arthur, 1, e do Francisco, 4. Ela passa o produto em casa e depois pede para as professoras da escola reaplicarem ao longo do dia.

“Me assusta a ideia das pessoas estarem armazenando água por conta da crise hídrica e a possibilidade de não fazerem de forma segura”, diz Roberta, que perdeu uma amiga por conta da dengue. “Não dá para brincar com a dengue”, diz. O pediatra Thiago Gara, do Hospital São Luiz, diz que há vários produtos disponíveis no mercado e que os pais podem achar versões em spray e loção. “É importante antes de usar fazer o teste em uma parte do antebraço da criança para ver se não tem alergia ao produto. Mas, é possível encontrar várias opções hipoalergênicas”, comenta. Ele diz que os pais devem ficar atentos se a criança apresentar febre prolongada, manchas na pele e dor de cabeça. “Se a criança for muito pequena e não vai se queixar da dor, é importante observar a irritabilidade”, aconselha.

Da Folha de S. Paulo