Médica pediatra é agredida por mãe de paciente em hospital de Ibiúna

A médica pediatra M.S., 31, mãe de duas gêmeas, foi agredida, com ofensas verbais, tapas no rosto e aperto no pescoço, por volta das 4 horas deste domingo, por K.C., mãe do paciente J.H.C.C., 9, que estava sendo atendido pela médica do Pronto Socorro Infantil do Hospital Municipal de Ibiúna.

O boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Ibiúna registrou o fato como lesão corporal e desacato e requereu exame de corpo de delito de ambas as mulheres. Pelo menos duas gravações registraram ofensas verbais graves dirigidas pela agressora à médica.

O recepcionista do PSI, A.P.D., fez depoimento na condição de testemunha direta do episódio. Ele agiu no sentido de conter as agressões físicas contra a pediatra, que foi pega de surpresa quando havia deixado sua sala e estava se dirigindo para a sala da medicação, onde K. gritava que a médica “quase matou o meu filho”.

De tamanho avantajado em relação ao da médica, esta foi segurada pela gola por uma das mãos da agressora e usava a outra para esbofeteá-la, de acordo com o relato da vítima.

Esse episódio foi precedido de outro. No dia 12 de setembro, o menino já havia sido atendido pela mesma pediatra, quando houve um forte desentendimento entre ambas. K. discordou do diagnóstico da médica e também da medicação prescrita. Em ambas as vezes o paciente se queixava de dores na barriga.

Nesta madrugada, a médica fez o atendimento normal e mandou medicar o menino, para combater vômito, mas logo em seguida, segundo a Dra. M., K. passou a ofendê-la chamando-a de vários nomes chulos e ofensivos, dizendo que “Mariana havia matado seu filho, tendo lhe administrado 10 gotas de Berotec”. A médica disse à vitrine online que essa “medicação nunca foi utilizada no paciente”. O menino foi, então, encaminhado para outro médico, um clínico geral, avaliar o seu quadro e ele deixou um depoimento escrito praticamente sustentando a mesma avaliação de sua colega. “Como se vê o menino está vivo”, declarou a médica, ressalvando, no entanto, que solicitou exame toxicológico [os resultados demoram ainda pelo menos quinze dias], uma vez que no exame do sangue apareceu grande alteração causada por uma substância desconhecida, “provocando aceleração em seu batimento cardíaco”.

NEGOU AGRESSÕES

Entrevistada por telefone nesta tarde de domingo, K. negou ter agredido a médica, que eventuais marcas podem ter sido produzidas “pela própria médica”. Disse que no hospital há “uma panelinha” e que, agora, todos estarão contra ela. Por outro lado, admitiu que teve uma reação emocional na hora e “que os pobres precisam ser melhor tratados e com respeito”. Acrescentou assinalando que “faria tudo de novo” para defender a vida do seu filho. Por fim, disse que vai esperar mudança de plantão para levá-lo para ser atendido por outro médico.

Por Carlos Rossini – Revista Vitrine Ibiúna