Literatura com Luiz Júnior: Viver a vida na batida do coração

Geração hedonista. A contracultura. A geração que originaria o movimento Hippie.

Esta geração de artistas floresceu no limiar dos anos 1950 para os 1960, e pregavam a livre criação, a liberdade absoluta, o hedonismo, o prazer, o risco. Para eles, a vida era correr riscos.

Também se engajavam na busca espiritual profunda, existencialista. Por isso, muitos simplesmente saíam “por aí”, conhecendo o mundo pela própria experiência, criando laços, fortes amizades e vivendo a vida na batida do coração.

Astrologicamente (fazendo aqui uma conexão entre minhas colunas) estávamos no limiar da passagem da era de Peixes (espiritualidade, conexão e humanidade) para o alvorecer da Era de Aquário (tecnologia, inteligência, rompimento de barreiras).

O mundo já havia assistido a duas grandes guerras e via também a Guerra da Coreia e o início dos conflitos no Vietnam.

Dividido em dois grandes blocos, dividido entre “eles” e “nós” e entre o “bem” e o “mal” (fosse lá o que isso significasse), ditaduras de esquerda e de direita foram implantadas neste período.

Quando as coisas tendem à homogeneização, as pessoas tendem à ruptura, ao estilo, às questões artisticamente interiorizantes.

Isso se repetiu, por exemplo, com o movimento punk, quando o que valia – aquarianamente falando – era a independência, as questões estéticas internamente e não os ditames mercadológicos.

Assim, os anos 60 foram o embrião dos 80. E sua fundação se deu com o movimento Beat.

Viver a vida.

Este era o lema.

Em “On The Road”, de Jack Kerouac, o herói é alguém que desiste dos ditames das circunstâncias e busca as emoções do momento, dando à vida um ritmo alucinante e desvairadamente belo. Em um único parágrafo, de seis ou dez linhas, vemos alguém sair de uma cidade para outra, beijar alguém, descer um rio em um pneu ao mesmo tempo em que se diverte ouvindo rock.

Em “Na natureza selvagem”, de John Krakauer, vemos a história do autodenominado Alexander Supertramp – que larga todo o conforto de uma vida civilizada e socialmente estabilizada pela simples emoção de viver – embora seu final seja surpreendente.

Para Saber mais:

On The Road – Pé na Estrada - Jack Kerouac - Preço médio: R$ 19,90
On The Road – Pé na Estrada – Jack Kerouac – Preço médio: R$ 19,90
Na natureza selvagem - John Krakauer - Preço médio: R$ 24,00
Na natureza selvagem – John Krakauer – Preço médio: R$ 24,00

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Luiz Junior é astrólogo, produtor de cinema e escritor. É autor de O Templo da Magia e de O livro de Luaror, pela Editora Autografia. Dirigiu, roteirizou ou produziu os curtas “Osasco, 1910”, “A Mente”, “Desiderium, Desiderata”, “Pelos direitos dos meninos” e “Amor de Infância”. Tem poemas lançados na Europa e na América do Sul pela Chiado Editora. Produz diariamente o horóscopo deste jornal e as colunas de astrologia e literária.