Indústria fecha 300 vagas em Cotia e região e 31 mil no estado no 1º trimestre

Antecipação da safra do setor de açúcar e álcool ajuda a atenuar queda em março

O nível de emprego industrial paulista teve novo recuo em março, de 0,61% (com ajuste sazonal) em relação a fevereiro. O levantamento, feito pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon) e divulgado nesta quinta-feira (14/4), mostra que neste ano já houve a perda de 31.000 postos de trabalho, dos quais 3.500 em março.

Quando não são considerados fatores sazonais, o mês de março registra a menor eliminação (-0,15%) de postos de trabalho desde maio de 2015, graças, em parte, à antecipação da safra do setor de açúcar e álcool. Segundo o diretor titular do Depecon, Paulo Francini, com a previsão da chegada do período de seca é normal a contratação de mão-de-obra para a colheita, que envolve logística e transporte. “Isso atenuou, evidentemente, a queda apontada pela pesquisa, mas os outros setores também perderam menos vagas em relação aos meses anteriores”, explicou. “Então, foi um mês que não dá para ter alegria, mas a quantidade de choro não fica tão grande.”

Cotia e região

O nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Cotia (região composta por seis municípios) apresentou resultado negativo no mês de março/2016. A variação ficou em -0,60%, o que significou uma queda de aproximadamente 300 postos de trabalho.

No ano, temos um acumulado de -1,42%, representando uma queda de aproximadamente 750 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de -7,31%, representando uma queda de aproximadamente 4100 postos de trabalho.

O índice do nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Cotia foi influenciado pelas variações negativas dos setores de Produtos Químicos (-2,26%); Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-0,79%); Produtos de Borracha e de Material Plástico (-0,31%) e Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (-2,09%), que foram os setores que mais influenciaram o cálculo do índice total da região.

trimes

Setores

Em março, 14 setores, dos 22 pesquisados, tiveram queda no nível de emprego, 6 apresentaram crescimento, e 2 ficaram estáveis.

De forma semelhante ao cenário do mês de fevereiro, os setores que se destacaram com a ampliação de vagas foram produtos alimentícios (6.819 postos), coque e biocombustíveis (3.333 postos) e couro e calçados (1.322 postos) – que contrata há três meses consecutivos.

Esse último, segundo Francini, foi beneficiado pela desvalorização do real. “É um setor que tem se dado melhor que outros. Não significa que eles estejam felicíssimos, mas o câmbio fez com que empresas tivessem mais condições de exportar, enquanto determinados calçados importados que penetravam no mercado brasileiro não o fazem mais, pois não competem mais em preço com a produção doméstica. É um duplo efeito da taxa de câmbio”, explica.

Entre os setores que mais demitiram em março estão os ligados à produção de veículos. É o caso do setor de produtos de borracha e de material plástico, o que teve maior perda de vagas (3.422, variação negativa de 1,85%).

Regiões

O resultado do segmento de açúcar e álcool contribuiu para que o Interior do estado registrasse taxa de variação positiva no mês de Março, de 0,41% em relação ao mês anterior. Foram 12 as regiões que registraram expansão do nível de emprego. Entre elas, destaque para Jaú (3,43%), seguida de São Carlos (1,57%) e São José do Rio Preto (1,23%). Na contramão, das 24 que registraram queda, as maiores delas foram verificadas em Cubatão (-3,28%), Mogi das Cruzes (-3,04%) e Santos (-2,76%).