Incêndio destrói mais de 100 mil m² de mata e chega próximo à casas em Ibiúna

O fogo teria se iniciado, por volta das 13h30 de sábado (11) na beira da Estrada Vicinal Seicho-No-Ie, numa área localizada logo após o Estádio Municipal, a sede da Seicho-No-Ie e o Condomínio Colinas, um elegante residencial com acesso pela Rodovia Bunjiro Nakao, e se alastrou vertiginosamente empurrado pelo vento. Mais de 100 mil m² de matas, incluindo árvores, foram destruídas, em cerca de cinco horas de devastação e uma densa nuvem de fumaça.

Um carro pipa solicitado a uma empresa privada pela Secretaria do Meio Ambiente/Defesa Civil pouco depois das 14 horas, chegou ao local às 16h30. O motorista disse que se encontrava na Vargem do Salto em outro serviço de entrega. Teve que voltar e abastecer o caminhão. Da mesma forma, o Corpo de Bombeiros de São Roque foi acionado e chegou ao local exatamente às 17h. O sargento explicou que estava em atendimento a um outro chamado em São Roque, na hora em que recebeu a mensagem. Ele explicou que a corporação local atende a cinco municípios da região.

O lugar para combater o incêndio é de difícil acesso e tanto o caminhão pipa quando a unidade dos Bombeiros, devido o deslocamento rápido do fogo, a grande nuvem de fumaça que se espalhou pelo Colinas durante horas causando grande desconforto em muitas pessoas, se dirigiram para dar combate à cabeceira do fogo.

O caminhão desceu por uma estrada exterior ao Colinas, entrou no Haras Pampas [os cavalos foram retirados e levados para um lugar seguro] de onde lançou água onde era possível alcançar. A viatura dos bombeiros entrou no Condomínio Colinas, pegou uma rua à esquerda indo até o seu final próximo da área de incêndio, mas um providencial rio e uma lagoa não deixaram as línguas de fogo ultrapassar em direção ao condomínio. Os bombeiros, então, resolveram deixar o local e verificar outros focos de incêndio na mata.

Enfim, por volta das 18 horas, com uma grande extensão de matas calcinada, a equipe da prefeitura pôde enfim respirar, depois de passar horas de intenso combate desigual em face tanto da quantidade de pessoas envolvidas quanto aos recursos materiais disponíveis: 3 bombas costais, com um total de 70 litros, e duas abafadoras de fogo. Olhados do alto do morro se avistavam cinco heróis dando combate a uma vasta labareda de fogo crepitando na mata e muita fumaça. Num momento, tiveram que desistir, já esgotados, momento em que os encontrei, alguns com dificuldades de respirar. Sentaram na beira da estrada à espera do caminhão pipa e da unidade do Corpo de Bombeiros. De fato, não poderiam controlar o incêndio daquelas proporções. Havia, antes no local, uma viatura da Guarda Civil dando apoio aos combatentes do fogo.

Ainda à tarde, o vitrine online fez uma transmissão ao vivo, narrando o que estava acontecendo e solicitando a vinda do Corpo de Bombeiros e advertindo a população para os riscos do incêndio que se espalhava em várias direções e voltando em áreas onde aparentemente já tinha destruído mato e algumas árvores. Não é possível estimar os animais que porventura morreram no incêndio.

Um morador no local, mas fora do Condomínio Colinas, disse que há cerca de dois anos houve, no mesmo local, um incêndio de idênticas proporções.

RECURSOS

Este incêndio revelou dois sérios e antigos problemas de Ibiúna: a falta de uma unidade de Corpo de Bombeiros e, nesse caso, espera-se que o prefeito João Mello, leve adiante esse objetivo, a fim de que o município possa contar com esse recurso indispensável no combate a diversos tipos de acidentes.

Em relação à Defesa Civil, vitrine online apurou diversas carências: falta de um caminhão pipa com bomba de água próprio porque ocorrências como a acontecida hoje pode acontecer a qualquer momento, especialmente na estiagem que se inicia no outono e prossegue no inverno; ampliar a equipe de combate a problemas que envolvam riscos a civis; equipamentos de proteção individual (EPIs) aos profissionais, tais como botas especiais para entrar no mato e evitar picadas de cobras, máscaras contra fumaça, roupas antichamas, capacetes, luvas apropriadas, entre outros.

Por Carlos Rossini – Revista Vitrine Ibiúna