Esquema de fraudes movimentou bilhões e tinha “filial” em Cotia

Organização, que controla 60 empreendimentos, além de dois escritórios contábeis, foi alvo da Operação Cartase

Um esquema fraudulento, envolvendo movimentação de R$ 2 bilhões por meio de empresas de fachada e “laranjas” e desvio de R$250 milhões dos cofres públicos por sonegação de ICMS, era comandado por uma organização que controla mais de 60 empresas e ainda dois escritórios contábeis, localizados em Cotia e Itapevi.

O conglomerado foi alvo, na manhã de ontem, da operação Cartase, da Secretaria Estadual da Fazenda, que cumpriu nove mandados de busca e apreensão judicial, nas duas cidades, para desarticular a fraude fiscal. A secretaria não divulgou o nome da organização, informando apenas que é um grupo do setor atacadista de produtos de higiene pessoal. Essa movimentação e a fraude fiscal, praticadas pelo conglomerado, somam esses valores considerando apenas os últimos cinco anos. Foram mobilizados 60 agentes fiscais de rendas e 20 policiais civis do Serviço de Apoio à Fazenda Estadual (SAFE) para cumprir mandados de busca e apreensão emitidos contra nove alvos situados em Cotia e Itapevi.

Segundo a Fazenda, o objetivo da operação é apreender documentos físicos e arquivos digitais armazenados em computadores e servidores de dados das empresas. Eles deverão compor o conjunto de provas que permitirá confirmar a fraude praticada pelo grupo empresarial e sua extensão.

A secretaria informou ainda que vem monitorando as atividades do grupo há cerca de um ano. Neste trabalho de investigação, foram detectados indícios de constituição de empresas de fachada para simular operações de compras interestaduais, “com o objetivo específico de fraudar o recolhimento do imposto devido por substituição tributária, o ICMS-ST, que deveria ser recolhido aos cofres estaduais no momento da entrada da mercadoria em território paulista”, completa a posta, em nota. Entre os indícios apurados pela fiscalização, estão dezenas de empresas de fachada que teriam sido constituídas por pessoas interpostas (sócios-laranjas) para afastar responsabilidade dos controladores do esquema pelos débitos tributários decorrentes da fraude. Até o fechamento desta edição, a operação não havia sido finalizada.

Do Webdiario