Em Cotia e mais 13 cidades têm faixas do PCC ameaçando dar ‘cacete’ em motoqueiros barulhentos

Ao menos 14 cidades de São Paulo, entre elas Cotia, têm faixas atribuídas ao PCC – Primeiro Comando da Capital ameaçando dar um “cacete” em motoqueiros que façam barulho ou empinem motos em bairros.

A Polícia Civil investiga os casos e tem indícios de que a maior parte das faixas foi colocada nos bairros por membros da facção ou por ordem dos criminosos.

Vídeos e fotos dos cartazes e até de um motociclista apanhando por desrespeitar as regras impostas pela organização criminosa têm circulado nas redes sociais.

Em Cotia, principalmente nas regiões do Morro do Macaco, Mirizola e Nova Cotia, a população não aguenta mais tanto barulho causado por esses delinquentes.

“Proibido tirar de giro e chamar no grau. Sujeito a cacete. Não vamos aceitar essas coisas na comunidade!”, informa uma das faixas encontradas no final de 2021 em Osasco.

Mesmo havendo poucas diferenças entre as declarações encontradas nas faixas, a maioria das frases segue um padrão, com menção a:

“Sujeito a cacete” – que é uma expressão popular que ameaça agredir alguém;
“Tirar de giro” – quando um motociclista aperta a embreagem da moto até ela fazer um barulho alto, que incomoda moradores;
“Chamar no grau” – empinar a moto, colocando em risco as vidas do piloto, de quem estiver na garupa e também de pedestres.

Há ilegalidades envolvendo tanto a atitude dos motociclistas quanto nas ameaças pregadas nas faixas: o CTB – Código de Trânsito Brasileiro proíbe quem faz barulho ou empina motos.

Ordem de facção
Segundo informações de fontes do Ministério Público, da Polícia Militar, da Polícia Civil e de moradores, as faixas foram espalhadas entre outubro e dezembro de 2021 por determinação do PCC. O Ministério Público monitora os casos.

De acordo com policiais civis e moradores ouvidos pelo g1, é possível que uma ou outra faixa até tenham sido penduradas por pessoas dos próprios bairros. Há, no entanto, indícios de que a maioria delas tenha sido colocada por ordem dos criminosos, e investigadores de diversas delegacias tentam identificar quem são os responsáveis.

DO G1