Dr. Thiago Camargo: Os riscos do colesterol alto

Apesar do colesterol alto não apresentar sintomas a menos que a situação seja grave, é considerado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) como grave problema de saúde pública.

Cardiologistas informam que a hipercolesterolemia familiar, ou seja, quem tem o problema de colesterol alto por origem genética faz com que os membros da família estejam sujeitos ao infarto precoce, que ocorre antes dos 30 anos e, em alguns casos, até na adolescência.

Embora não haja estatísticas, a estimativa é que uma em cada 250 pessoas apresenta o problema que, se não identificado e tratado, provoca um número muito grande de mortes evitáveis, e principalmente entre os jovens.

Segundo a SBC, a boa notícia é que o tratamento de hipercolesterolemia familiar é fácil e muito eficiente e a identificação das famílias com a tendência genética também. Se em uma família há registro de duas ou mais pessoas que tiveram infarto, principalmente antes dos 40 anos, e se o pai e a mãe de uma criança têm colesterol elevado e precisam de tratamento, é recomendável o acompanhamento do nível de colesterol dos filhos. Em muitos casos, é possível identificar o problema antes dos 10 anos.

É extremamente importante que as pessoas com parentes que sofreram infarto ou derrame em idade precoce e as que apresentem algum outro fator de risco como pressão alta, tabagismo, diabetes, tenham o colesterol dosado. Se a doença for tratada precocemente, a pessoa tem grandes chances de levar uma vida normal e evitar infarto.

Os cardiologistas esclarecem que embora a dieta possa ajudar, quando o problema é familiar geralmente é necessário tratamento com remédios. A preocupação com o consumo de alimento como verduras, frutas, legumes e fibras e a recomendação de atividade física intensa sempre é importante.

O colesterol é um lipídio que auxilia no bom funcionamento do organismo, mas, em excesso, torna-se perigoso, sobretudo para os maiores de 60 anos, e pode causar doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (derrame).

Sabe-se que só quando o colesterol passa de uma concentração ideal é que começa a se depositar nas artérias, podendo formar placas de gordura, que por sua vez, podem se depositar em áreas do corpo como coração ou cérebro, com chance de promover eventos como infarto, acidente vascular cerebral (derrame) e angina (dor no peito).

Há dois tipos de colesterol: o “bom” (HDL) e o “ruim” (LDL). O consumo de fibra solúvel ajuda a reduzir a absorção de colesterol na corrente sanguínea. Esse tipo de fibra é encontrado na aveia, maçã, pera, ameixa e no feijão.

Peixes como truta, sardinha, atum, salmão, linguado, entre outros, são aliados contra o colesterol alto, pois contêm altos níveis de ômega-3, os ácidos graxos, que podem reduzir a pressão arterial e o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos. Outros alimentos que ajudam a manter o “bom” colesterol e a evitar o “mau” são azeite e castanhas, iogurtes e suco de laranja.

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve no Jornal Cotia Agora.