Descoberta precoce do linfoma é determinante para vencer a doença

De acordo com o Inca – Instituto Nacional do Câncer, 12 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com linfoma, um grupo de cânceres no sangue que afeta as células do sistema imunológico. Ainda segundo o Inca, a incidência da doença aumentou duas vezes em comparação às taxas registradas há 25 anos, especialmente entre indivíduos com mais de 60 anos, e fez com que o linfoma se tornasse um dos 10 cânceres mais comuns entre homens e mulheres na região sudeste do Brasil. Todavia, as causas deste crescimento nos índices da doença são desconhecidas.

De forma simplificada, os linfomas podem ser classificados como Hodgkin, mais raro e que afeta em especial jovens entre 15 e 25 anos e, em menor escala, adultos na faixa etária de 50 a 60 anos, ou não-Hodgkin, cujo grupo de risco é composto por pessoas na terceira idade (mais de 60 anos).

Para Dra. Mariana Oliveira, hematologista do CPO – Centro Paulista de Oncologia – Grupo Oncoclínicas, apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, a chave para deter a evolução progressiva do tumor é o conhecimento. “A boa notícia é o fato dos linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico, por isso o esclarecimento à população é essencial”, afirma a especialista.

As chances de remissão em pacientes com linfomas de Hodgkin chega a superar 80% dos casos quando o dianóstico acontece ainda no estágio inicial, enquanto os não-Hodgkin de baixo-grau (não agressivos) têm altas taxas de sobrevida, superando a marca de 10 anos.

Sintomas e Tratamento

Os sintomas em geral são aumento nos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo, febre e, eventualmente, pode acometer órgãos como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.

“As duas categorias – Hodgkin e não-Hodgkin -, contudo, apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades”, explica a hematologista do CPO.
“Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que tem como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas. Estas proteínas feitas em laboratório atuam como um ‘míssil teleguiado’ que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo. Dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver ainda a indicação de transplante de medula óssea.