Cotia amarga o 3.740º lugar em Ranking de Eficiência dos Municípios e investe em educação e saúde abaixo da média nacional

Três entre cada quatro municípios do Brasil (76%) não são eficientes no uso dos recursos disponíveis para as áreas básicas de saúde, educação e saneamento, segundo os critérios e análises dos resultados do Ranking de Eficiência dos Municípios, realizado pela Folha de São Paulo.

Cotia está na 3.740ª posição do ranking e classificado como “pouca eficiência”, tendo na educação, índice acima da média do Brasil, mas muito baixo na saúde. (CLIQUE E VEJA OS NÚMEROS).

Cidades 

Em termos de atividade econômica, são mais eficazes na gestão as cidades onde predominam os serviços e a indústria. As menos eficientes dependem mais da agricultura ou da própria administração municipal.

Colocando-se os 5.281 municípios da base do REM-F em uma escala de 0 (ineficiente) a 1 (eficiência máxima), 5% deles ficam no intervalo de 0 a 0,3, 71% ficam entre 0,3 e 0,5, e 24%, entre 0,5 e 1 (ver quadro).

Nesse percentual de municípios mais eficientes, a participação dos serviços e da indústria no PIB supera os 35%.

Indústria e serviços normalmente demandam pessoal mais escolarizado e treinado e são as atividades que pagam melhores salários em comparação com a agricultura, por exemplo.

Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, no entanto, a tendência de diminuição da participação da indústria no PIB e o maior dinamismo das regiões agrícolas e do Nordeste podem estar mudando a dinâmica de desempenho dos municípios brasileiros.

Ele observa que a evolução do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, da ONU) vem mostrando melhora nas cidades mais atendidas pelo Bolsa Família (metade dos beneficiários está no Nordeste) e nas novas fronteiras agrícolas.

“O emprego no setor industrial tem um bom nível, mas está piorando. Na agricultura, o nível é pior, mas está melhorando”, diz Vale.

FUNCIONALISMO

Outro ponto decisivo para a eficiência dos municípios parece ser o funcionalismo.

O REM-F revela que quanto maior o percentual de aumento do número de servidores entre 2004 e 2014, pior a eficácia das prefeituras nas áreas de saúde, educação e saneamento.

Entre os 5% dos municípios com índice de eficiência de até 0,30, o funcionalismo cresceu 67%, em média, entre 2004 e 2014. Nas cidades acima da faixa de 0,50, a taxa ficou em 48%. No mesmo período, a população aumentou 12%.

Da Folha de S. Paulo