Corte coloca em risco Bolsa Família de 4 mil beneficiários em Cotia

Uma proposta do relator da lei orçamentária de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), pode reduzir as transferências do programa Bolsa Família a seus beneficiários.

Ele pretende indicar um corte de R$ 10 bilhões na previsão de despesas com o programa para o ano que vem. Esse valor equivale a 35% do total de R$ 28,8 bilhões direcionados ao programa no projeto encaminhado ao Congresso pelo governo. “No Bolsa Família há uma grande rotatividade. As famílias que estão no programa serão mantidas e as que saem não serão substituídas, é simples o raciocínio”, afirmou o parlamentar, em entrevista ao Portal UOL.

Na região Oeste, essa proposta, se aprovada, pode mexer no bolso de 70 mil famílias. Esse é o total, atualmente, de beneficiários do programa inscritos em Osasco e cidades vizinhas. Eles receberam, no mês passado, um total de R$ 10,22 milhões. Osasco é a cidade com maior número de beneficiários. São 24,9 mil pessoas, que em setembro receberam R$ 3,49 milhões de transferências, de acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, responsável pelo programa. Em segundo lugar, vem Carapicuíba, com 14,5 mil benefícios e transferência de R$ 2,30 milhões no mês passado.

Ainda na região Oeste, o Bolsa Família atende 9,8 mil pessoas em Itapevi e 8,5 mil em Barueri, para as quais o pagamento foi de R$ 1,47 milhão e R$ 1,17 milhão, respectivamente. Em Cotia são mais quatro mil benefícios, que receberam R$ 630 mil. Jandira vem na sequência, com 3,8 mil beneficiários e R$ 460 mil pagos. Em Santana de Parnaíba, são mais três mil famílias atendidas e que têm transferência de R$ 500 mil. Pirapora do Bom Jesus fecha a lista com 594 beneficiários, somando transferência de R$ 100 mil.

O projeto encaminhado pelo governo ao Congresso em agosto previa um déficit de R$ 30,5 bilhões. Para cobrir o rombo, a equipe econômica propôs um pacote de medidas, sendo a principal a recriação da CPMF, com arrecadação anual estimada em R$ 32 bilhões. Após o parecer do relator, ele segue para votação. Mas, independente do resultado, o ministério informou, ao UOL, que os recursos do programa estão “inteiramente preservados” no Orçamento. “A redução de custos do programa representaria devolver milhares de famílias à condição de extremamente pobres e, por isso, o governo é contra essa possibilidade”, completou.

O pagamento dos recursos de setembro começou na última segunda-feira, dia 19, e segue de forma escalonada até o dia 30. Ao todo, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai repassar R$ 2,3 bilhões aos beneficiários, com o valor médio de R$ 163,57 por família.

Do Webdiario