Contos & Causos de Cotia: O dia que o campeão do mundo visitou a feira de ciências da cidade

Por Beto Kodiak

Lembrei de uma história de minha infância que me marcou e a muitas crianças e adultos também. Tentei recordar o ano, pesquisei em fotos antigas, mas não veio à mente a época exata, mas acredito que foi entre 1977 e 1979.

Aconteceu uma feira de ciências no antigo (mas na época recém inaugurado) ginásio de esportes, o popular suvacão. As escolas da cidade fizeram exposições com diversos trabalhos dos alunos e o movimento de pessoas foi grande naqueles dias. Era uma festa, reunir todo mundo, de todas as escolas em um só lugar e cada uma usou e abusou da criatividade.

Mas, me lembro de um dia que havia um burburinho logo em uma das entradas do ginásio, um acúmulo de gente e corri para ver o que era, falavam que tinha um ex-jogador de futebol ali naquela muvuca.

Quando cheguei perto, vi uma figura já conhecida para mim de revistas e jornais e fiquei mudo ao ver que era Djalma Santos, sim, o lateral bicampeão do mundo com a seleção brasileira em 1958 e 1962 e ídolo do meu Palmeiras.

A molecada (e adultos) estavam ouriçados, uma correria e como naquela época não havia selfie, tampouco máquinas fotográficas, que eram raras e caras, todos queriam um autógrafo daquele ídolo do futebol brasileiro.

Eu fiquei uns cinco minutos só observando e, chegando mais perto, até que em um momento ele olhou para mim e perguntou se eu queria um autógrafo também. Eu estava parado como uma estátua, ali com meus 11 anos, olhando e não respondi nada. Então ele viu que eu tinha um caderninho e caneta na mão, estendeu a sua, pegou meu caderno, autografou rapidinho e ainda passou a mão na minha cabeça, meio sem jeito por eu estar atônito olhando pra ele.

Não me lembro o que fiz depois e também nem o destino do caderno com o autógrafo. Mas a imagem de Djalma Santos, campeão do mundo e rodeado de crianças e adultos em Cotia, está até hoje gravada em minha memória.

Djalma morreu em 2013, aos 84 anos, com um histórico de 498 jogos disputados com a camisa do Palmeiras em 11 anos de Verdão. Ele também jogou 434 partidas pela Portuguesa em 11 anos e 32 jogos pelo Atlético-PR. Pela seleção, foram 100, entre 1952 e 1968.

*Fotos: Ginásio (acervo Beto Kodiak) – Djalma (Gazeta Esportiva)

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