Com transtornos à população de Cotia, obra da Sabesp atinge 32% de execução

As obras do Sistema Reprodutor São Lourenço, que trará água da Cachoeira do França até cidades da região, tem causado muito transtorno no entorno dos canteiros de obras.

sloaOs moradores e comerciantes do Atalaia ficaram vários meses sofrendo com o impacto das obras. Depois de algum tempo elas aparentemente acabaram, e um rastro de destruição ficou no bairro. Dias atrás, outro canteiro de obras foi construído na Avenida Professor Joaquim Barreto e complica o vai e vem de veículos.

No Tijuco Preto e Estrada de Caucaia a situação não é diferente. O Ministério Público de Cotia entrou na briga e já intimou o Consórcio São Lourenço a reparar os danos causados nas vias públicas.

Um morador do Recanto Verde relatou que após a escavação próxima ao bairro, lençóis freáticos foram afetados e as casas que tinham poços ficaram sem água.

Mas, ainda está longe do impacto das obras cessarem. Segundo a Sabesp, apesar de 3.500 funcionários estarem trabalhando nas 26 frentes de trabalho, apenas 32% do total foi concluído.

O pico da obra deve acontecer em julho com a colocação de adutoras, quando cerca de 4 mil operários vão estar trabalhando em 40 frentes.

O sistema

Dois dos três reservatórios metálicos que serão instalados na Eta – Estação de Tratamento de Água Vargem Grande já foram montados. Com 19 m de altura e 45 m de diâmetro, serão os maiores reservatórios da Sabesp, com capacidade para armazenar 25 milhões de litros de água bruta cada um. No local também será construído um reservatório de concreto, que vai armazenar 20 milhões de litros de água tratada. Outros dois reservatórios metálicos, com capacidade para armazenar 30 milhões de litros de água tratada, serão montados no município de Itapevi. Em todo o trajeto da captação até a Estação de Tratamento de Água, as adutoras terão 2,10 metros de diâmetro.

Outra parte da obra foi a escavação da passagem sob a Raposo Tavares, por onde passará a adutora da água tratada, com 1,8 metro diâmetro. A obra foi feita por meio de método não destrutivo, não sendo necessário interromper o tráfego para a execução dessa travessia. O transporte da água tratada até os setores de abastecimento será realizado por meio de duas estações elevatórias e de novas adutoras e subadutoras que vão interligar o São Lourenço a sistemas já existentes. Dos 83 km de adutoras programados, 36 km foram instalados até abril. A tubulação que levará a água até as residências inclui ainda um túnel de 1.000 metros em maciço rochoso, dos quais 761 metros já foram escavados.

Nono manancial a atender São Paulo, o Sistema São Lourenço terá processo de tratamento convencional para 4,7 metros cúbicos por segundo em média e até 6,4 metros cúbicos por segundo na condição de produção máxima diária. O volume é suficiente para atender dois milhões de moradores de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista, região onde mais cresce a população na metrópole.

Realizado por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada) pelas construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, o novo sistema tem cronograma de conclusão previsto para abril de 2018, com a possibilidade de entrar em operação assistida no final de 2017, e investimento de R$ 2,21 bilhões. O contrato de concessão tem duração de 25 anos, divididos em fase de obras e de prestação de serviços.