Coluna espírita de Lucio Cândido Rosa: Reflexões sobre homossexualidade

Neste artigo, pretendemos fazer algumas colocações, que visem passar novos conceitos para pais e filhos, sobre a homossexualidade.

No Livro dos Espíritos, na questão 200, Kardec pergunta se os Espíritos têm sexo.

A resposta, não foi negativa, porém, afirmando que têm sexo, mas não como entendemos.

No corpo físico, somos “representados” pelos órgãos genitais que definem o corpo de uma mulher ou de um homem, e no Espírito, pelas energias masculinas e femininas, que se equilibram através das encarnações, até chegar ao estado que denominamos: Angelitude.

A sede real do sexo não se acha no corpo físico, mas na estrutura complexa do Espírito.

A sexualidade humana nasce do arquivo mental e, é por meio da ação mental, que ele utiliza os órgãos genitais do corpo físico.

Se o sexo não fosse mental, não haveria razão para homossexualidade.

André Luiz, no livro “Ação e Reação”, capítulo XV, faz a seguinte colocação: “O sexo reside na mente, expressa-se no Corpo Espiritual, e consequentemente no Corpo Físico.”

Esse entendimento abre campo, para reflexão de que, a homossexualidade é um sentimento natural e, se bem direcionado, dissipará o efeito das ações desregradas de vidas passadas.

Para melhor compreensão, entendamos que a sexualidade define nossas preferências, predisposições, ou experiências sexuais. Já o sexo marca a diferenciação entre órgãos genitais feminino e masculino. Homossexualidade é a característica de um ser, que sente atração física ou emocional, por outro ser do mesmo sexo.

Observando culturas antigas, iremos perceber que essa manifestação da sexualidade, existe e sempre existiu na Terra, ao longo dos tempos, quando muitos foram aceitos, outros admirados ou condenados, de acordo com os costumes da época.

Os estudiosos, diferenciam a homossexualidade do homossexualismo, pois o sufixo “ismo” sempre se refere a doença.

Homossexualismo, é na verdade uma expressão errônea, e considerada pejorativa nos dias atuais, enquanto o termo homossexualidade, traduz bem a condição energética (masculina ou feminina) do indivíduo, que ocasiona a escolha de seu parceiro.

Homossexualidade, não é uma doença Moral, nem desequilíbrio emocional e salvo encarnação compulsória, pode ter sido uma escolha feita na espiritualidade pelo próprio espírito, por “N” motivos.

A lei humana permite casamento entra homossexuais.

Divaldo Franco, um dos grandes divulgadores do Espiritismo no Brasil, fala sobre a legalização de uma união estável entre os homossexuais: – “Legalizar é sempre uma forma de moralizar. Já que a união moral é feita pelo sentimento do amor, por que não legalizar uma coisa que existe?

A Doutrina Espírita não condena, não reprime a Homossexualidade, respeitando o Livre Arbítrio de cada um. Entende que é apenas mais um estágio evolutivo, que não fere as Leis Divinas. Divaldo coloca que, deveremos analisar a questão homossexualidade, sob a ótica do Evangelho, que nos recomenda a tolerância e o “não julgueis”.

Homossexualidade não é opção, como muitos afirmam.Talvez alguns jovens confundam a cabeça dos adultos com as “modinhas” que inventam, inclusive no comportamento sexual, que realmente não é inato…

Pela ótica da reencarnação, deveremos nos voltar aos comprometimentos desse espírito, nas encarnações anteriores, em relação ao outro.As tendências sexuais já nascem com a criança, trazendo suas características masculinas ou femininas.

Ao reencarnar como homem, mulher ou como homoafetivo, terá lições a serem aprendidas e compromissos a serem executados.

Sabemos que, por necessidade de evolução, chegará a hora da inversão de sexo, seja por livre escolha ou compulsoriamente, por expiação de atos ilícitos cometidos no passado.

Vejamos as três situações reencarnacionistas de acordo com ação da Justiça Divina, em que ocorrem a homossexualidade:

1º Espírito com mente feminina, reencarna em processo de expiação, em corpo masculino.

2º Espírito com mente masculina igualmente, em processo de expiação reencarna em corpo feminino.

3º Espíritos cultos e sensíveis, que possuem mente feminina ou masculina, que reencarnam em corpos diferentes de sua estrutura psicológica, por opção. São Espíritos amorosos, que vêm para execução de tarefas, definidas no campo intelectual, moral e espiritual para beneficiar a Humanidade.

As duas primeiras situações, poderão vir a ser uma expiação ou prova quando fizeram mau uso da sua masculinidade ou feminilidade em outras encarnações, retornando agora numa postura psicológica diferente da sua anatomia. As causas poderão estar condicionadas a questões: morais, educacionais, obsessivas.

Na questão moral, criaturas que abusaram das faculdades genésicas, vindo a desvirtuar a vida de outros e, destruindo lares e uniões, ao reencarnarem, serão induzidos (por expiação) à inversão do sexo, para reajustarem seus sentimentos.

Poderá acontecer, por má educação nos lares, os pais ou parentes do indivíduo, o estimulem a posturas sexuais inversas. Com isso, estimula sua aproximação a um companheiro do mesmo sexo.

Outros fatores poderão interferir, como carência afetiva, onde os pais violentos que não se entendem, causam transtornos psicológicos em seus filhos. Em relação as causas obsessivas, nenhum espírito pode interferir na atração sexual homoafetiva da pessoa, a não ser, que ela já tenha trazido a tendência da homossexualidade, o que abre portas para obsessores afins.

As causas psicológicas, devem ser levantadas por profissionais competentes na área, idôneas e sem preconceitos.

O Terapeuta Espírita, não pode ter preconceito moralista. O indivíduo, espera compreensão para sua dor, esperando visualizar um caminho, sem constrangimento.

A homofobia ou preconceito, decorre da nossa ignorância sobre o assunto. Os Espíritos Superiores nos ensinam que o caráter moral e ético do indivíduo tem mais importância para eles do que simplesmente a sua orientação sexual.

Não podemos esquecer, que Jesus, em sua estada aqui na Terra, rompeu com todos os preconceitos, ensinando a lição da fraternidade e do amor.

Por essa razão, a nossa conduta diante da homossexualidade, deve ser de compreensão, de amizade, de ternura e acolhimento fraternal.

Na Terapêutica Familiar, o comportamento dos pais que descobrem que seu filho ou filha, é homoafetivo, deve ser de acolhimento integral e amoroso, com aceitação da sua condição, que nada mais é que uma característica da sua personalidade.

Além do acolhimento amoroso, a educação sexual dentro do lar, é fundamental para que o indivíduo possa aceitar-se compreender-se, sentir-se digno de ser amado por seus familiares.

Portanto, o lar é o apoio efetivo para que o melhor do outro venha à tona. A Terapêutica Espírita, ajuda tanto jovens quanto adultos homoafetivos, que se recusam a amar-se, e por isso buscam no suicídio ou no caminho das drogas e do álcool, a fuga por não se aceitarem, ou não serem compreendidos.

Vale lembrar que, a homossexualidade não representa qualquer tipo de queda íntima. Devemos entender também que, a Doutrina Espírita não estimula ou condena a homossexualidade. Mas, a entende à luz dos ensinamentos dos espíritos em nome do Cristo.

Portanto, sejamos verdadeiros cristãos, como Jesus nos ensinou, através de seu evangelho: – “Amai-vos uns aos outros, como em vos tenho amado.”

Então, que possamos respeitar nossos semelhantes nas suas diferenças.

Muita paz!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]