Espiritismo com Lucio Cândido Rosa: Bem-aventurados aqueles que são Misericordiosos

Caro Leitor!

Nesta bem-aventurança, vamos analisar o sublime ensinamento deixado por Jesus: – Reconciliai-vos Com Seu Adversário, enquanto estás a caminho, a fim de que ele não vos entregue ao juiz, e o juiz ao ministro da justiça, para que sejais aprisionados. E o Mestre ainda complementa dizendo: – Em verdade, em verdade vos digo, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pago até o último ceitil. (São Mateus, cap. V, v. 25,26).
Adversário, podemos considerar todo aquele com quem temos qualquer espécie de divergência, em maior ou menor grau.
O fato de ter que se reconciliar com o adversário, enquanto estamos a caminho, se resume em compreender qualquer atitude negativa que venham a tomar em relação a nós (seja ela na condição física ou espiritual), e perdoarmos.
Isso é necessário porque, o dia em que entendermos, que além do enfrentamento físico que pode acontecer enquanto estamos próximos um do outro, mesmo à distância, poderá haver a continuidade do combate mental, mesmo após o desencarne.
Esse embate continuará por longo tempo, que poderá ser entre encarnado x encarnado, desencarnado x desencarnado, ou encarnado x desencarnado e vice-versa.
E se isso vier a acontecer, poderá haver grandes ou pequenos processos obsessivos, que perdurarão enquanto uma das partes não procurar melhorar a sua condição energética de perdão.
Junto a tudo isso, poderão vir as doenças causadas pela absorção ou emissão de sentimentos deletérios, tais como: Ódio, mágoa, vingança, etc….
O que não sabíamos até pouco tempo, é que quando exalamos um sentimento de ódio, transmitimos uma carga magnética de teor negativo, que poderá causar uma doença, tanto para quem manda como para quem recebe.
Um outro ponto que precisamos compreender, é que os dois devem mudar a sua sintonia para melhor. Aquele que continuar insistindo na negatividade, irá acumular para si toda essa energia ruim que estará produzindo pelo pensamento, por sua vontade.
Consequentemente essa energia irá se acumular junto ao órgão emissor do sentimento, causando doenças terríveis tais como: gastrite nervosa, cânceres na garganta ou em qualquer outro órgão, podendo nos levar até à morte.
Quando Ele diz para que não sejamos entregues ao juiz, quer dizer para que não sejamos julgados pela nossa própria consciência.
Caso isso venha a acontecer surgirá um incomodo, que cerceará o sentimento de liberdade a caminho da evolução, pois, se na condição física sofremos uma punição, na condição espiritual não será diferente.
A expressão: o juiz entregar ao ministro da justiça, quer dizer que, quando compreendermos que erramos, solicitamos uma nova encarnação, que deverá ser programada junto ao Ministério da Reencarnação, que irá avaliar o nosso pedido.
O fato de sermos aprisionados, se resumirá em reencarnar num novo corpo físico, num mundo de expiação e provas para resgatar qualquer deslize cometido no passado, não precisando mais reencarnar futuramente na mesma condição, quando estivermos quites com a Lei de Causa e Efeito.
O exercício do perdão, será o sacrifício mais agradável a Deus, diferenciado de qualquer tipo de promessa ou oferenda que venhamos a fazer, para livrarmo-nos de tal situação. Se esse sentimento, vir a sair das profundezas da alma e do fundo do coração, será como o remédio salutar para nossa paz de consciência, livrando-nos de qualquer desequilíbrio.
Porém não adianta dizer: – Perdoo-te, mas não quero ver-te mais na minha frente, pois o perdão não estará sendo sincero, enganando-nos a nós mesmos conservando o mesmo sentimento negativo, exigindo uma reparação a médio ou longo prazo.
Uma outra situação que não é viável, é aquela onde dizemos na frente de todo mundo: – Eu te perdoo, porque sou uma pessoa generosa.
Será um grande engano, pois o orgulho e o egoísmo estarão falando mais alto que a própria consciência e o coração, tornando inválido o perdão.
E se por um acaso, aquele que precisava ser perdoado, já desencarnou poderemos fazer uma mentalização de perdão, para que ele permaneça em paz.
Quando o perdão é sincero, iremos tirar de dentro de nós aqueles sentimentos impuros que nos causam desconforto ou doença.
Dessa forma, que o perdão seja sempre sincero para que a paz reine em nossos corações por toda a imortalidade.
Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]