Espiritismo com Lucio Cândido: Como os Espíritos interferem em nosso mundo corporal

Caro Leitor!

Paulo de Tarso há pouco menos de 2000 anos atrás nos deixou a célebre frase: – “Somos vigiados por uma gigantesca nuvem de testemunhas”.
Se essa mesma frase fosse proferida nos dias de hoje, provavelmente teria a seguinte conotação: – “Somos vigiados por uma gigantesca nuvem de Espíritos, que nos auxiliam ou influenciam conforme a nossa conduta”.
Quando lemos o LE cap. IX, que trata da “Intervenção dos Espíritos no mundo corporal”, nos inteiramos certamente de como isso acontece.

Dizem também da faculdade que os Espíritos têm de penetrar em nossos pensamentos. Que muitas vezes chegam a conhecer pensamentos que gostaríamos de ocultar de nós mesmos.
Uma questão que merece destaque é a de número 459, quando Kardec pergunta se os Espíritos influem em nossos pensamentos e atos.
A resposta foi categórica: – “Mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário são eles que vos dirigem”.

Houve um tempo em que se acreditava ou pelo menos ouvia-se dizer, que fulano ou ciclano estava possuído ou com o demônio no corpo. Uma situação que não condiz com a realidade, pois a figura simbólica do demônio não existe, assim também o inferno como um local de eterno sofrimento, para quem praticou o mal a vida inteira.
Na verdade no dialeto de Jesus, a palavra inferno simbolizava lugares baixos e de sofrimento, onde viviam os leprosos, excluídos da sociedade. Já a palavra demônio utilizada por Ele, fazia referência aos Espíritos.
Quando nos deparamos com um obsidiado, achamos que o Espírito penetrou em seu corpo. Mas não é assim.
Através da Doutrina Espírita, sabemos que dois Espíritos não podem ocupar o mesmo corpo.

Mesmo quando a gestante tem o feto em seu ventre, o Espírito dele está ligado ao corpo físico, por um elo fluídico fora do corpo físico da mãe, aguardando o seu nascimento.
Sendo assim tanto naquele tempo como nos dias de hoje, não existe a possibilidade de dois Espíritos ocuparem o mesmo corpo.

Porém, quando estivermos diante de situações onde isso pareça estar acontecendo, entendamos que é simplesmente um processo de ligação mental, entre um Espírito encarnado e outro desencarnado ou vice e versa.
Poderão estar ligados pela força dos vícios, sexolatria ou sentimentos de condição inferior, situações estas que o Espiritismo classifica, como uma obsessão simples ou uma subjugação, quando o Espírito obsessor consegue ter uma influência maior ou menor sobre sua vítima.

Essas obsessões acontecem, porque os obsessores aproveitam dos nossos momentos de fragilidade, ou quando vacilantes em determinadas situações.
Assim irão aproveitar a oportunidade, para incutir ideias que aumentam o desejo que estamos manifestando naquele exato momento, como por exemplo o desejo de praticar o suicídio.
Diante dessa ideia, se estiver próximo uma entidade com desejo de nos prejudicar, irá aproveitar esse momento para intensificar ou jogar ideias que nos levem a cometer o ato.

Foi por isso que Jesus, quando ensinava seus discípulos a fazer a prece Dominical, ressaltava a sublime frase: – “Não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal”
Para que nosso desejo seja atendido por nosso Pai Eterno e Criador, é preciso um esforço incondicional para que isso aconteça, pois as mudanças comportamentais são de extrema necessidade.
Com o advento do Espiritismo, fica muito claro que já tivemos outras vidas, sendo assim, dela trazemos inimigos na condição espiritual, que nos cobram de forma obsessiva, através da força do pensamento.

Por outro lado, alguns inimigos são conquistados nesta existência, e não havendo a reconciliação tanto de um como de outro em vida, poderá instaurar também um processo obsessivo.
Foi por isso que Jesus disse: “Reconcilia-te com teu adversário enquanto estás a caminho, antes que ele te entregue ao juiz (a consciência), e que o juiz não vos entregue ao ministro da justiça (promotores de nova reencarnação), para que não sejais aprisionado (em um novo corpo físico). Em verdade vos digo, que não saireis de lá, enquanto não pagares o último ceitil” (ou seja pedir perdão e perdoar incondicionalmente).

Sendo assim tudo isso poderá ser evitado, se estivermos sempre munidos de nossas preces, orações, meditações, tendo condutas morais inquestionáveis, uma vida regrada e finalmente uma vivência cristã sem artifícios, que nos colocará numa vibração de teor elevado.

Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]