Coluna do Professor Marcão: MUNDO CÃO

O que leva um empresário bem-sucedido a planejar a morte da mulher amante e dos filhos gêmeos que a mãe lhe cobra que assumisse a paternidade? Talvez a resposta imediata para crimes de tal crueldade é dizer que é falta de Deus. Será? Segundo informação dos vizinhos, o criminoso era um bom marido e bom pai. Uma pessoa tranquila. Uma justificativa comum também é dizer que é coisa do diabo. Será? São justificavas que não respondem à pergunta sobre o que leva uma pessoa a cometer um crime com requintes de crueldade.

Egoísmo! As câmaras flagram o assassino subindo no carro a mando do suposto pai. Ardilosamente diz ele que vai assumir a paternidade das crianças. Dá esperança para a mãe. Cria um cenário de felicidade e assassina todos brutalmente. O que leva alguém a planejar a morte para deixar seu caminho livre? Será a impunidade? O narcisismo é tão exacerbado que o assassino não percebe que não existe crime perfeito? Não percebe que não está sozinho na cena do crime? Cada álibi criado cairá diante das evidências dos fatos. Mesmo assim, crimes dessa intensidade e grau de violência são manchetes de jornais quase todos os dias.

Filhos assassinando pais – diante de um possível não! Crime passional – não é minha não é de ninguém! Não é meu não é de ninguém. Ciúmes! Soberba! Dizem que pode ser crime de ordem social. Esse tipo de crime não pode ser analisado a partir de diferenças de classes. É um comportamento humano que assusta. Deixa-nos em estado de letargia. O que fazer? Podemos fazer alguma coisa? Idiossincrasia? Torcemos para que as notícias sobre esses crimes passem logo. Queremos esquecer! Não pode ser humano. Queremos justiça. Justiça às vezes com a própria mão. Esse lado sombrio assusta.

Um atleta vitorioso manda matar a moça que queria apenas o reconhecimento do filho. Interesseira. Fez por merecer! Menina de programa. Nunca prestou. Muitas usam esses argumentos talvez até, inconscientemente, tornem-se aliados dos assassinos. Nesse caso, alguém teve piedade da criança e não a matou. Alguém caiu em si. Talvez precisássemos cair na realidade quando opinamos sobre assunto que não conhecemos. Democracia não é falar o que dá na telha. Inveja! O que leva alguém a ser tão brutal? O momento é de perplexidade!

Sem qualquer juízo de valores.

*Marcos Roberto Bueno Martinez (Professor Marcão) é historiador de Cotia, professor de história e poeta Conheça mais do trabalho de Marcão:www.cotiamemoriaeeducacao.blogspot.com