Dr. Thiago Camargo: As dietas e a importância do bom funcionamento do intestino

Praticar exercícios, beber muita água, comer de três em três horas e ingerir somente alimentos saudáveis. Essa receita para emagrecer pode muitas vezes parecer simples, mas não é.

Há fatores importantes e que a maioria das pessoas desconhece. De nada adianta o esforço e a disciplina se o corpo não estiver equilibrado e o intestino não funcionar direito. Você pode comer alimentos saudáveis e eles não estarem sendo absorvidos corretamente. Para um tratamento completo é necessário uma alimentação funcional.

As duas regrinhas básicas para quem quer perder peso todo mundo conhece. Não deixar um intervalo maior que três horas entre as refeições é uma delas, já que ficar muito tempo de estômago vazio faz com que as taxas de glicose (açúcar) no sangue sofram picos quando você se alimenta. Isso significa que o organismo vai liberar de forma exagerada a insulina, que promove o estoque de gordura principalmente na região abdominal. A segunda regra é beber muita água. A maior parte da composição do corpo humano é de água, portanto nós necessitamos desse componente para um bom funcionamento.

Além disso, comer alimentos saudáveis e ter refeições equilibradas é o pontapé inicial de toda dieta. O problema é que pouca gente sabe que nessa receita falta ainda um passo, e um dos mais importantes: regular o intestino. Por exemplo, a disbiose é a diminuição das bactérias boas e o aumento das bactérias ruins no organismo. Isso faz com que o organismo “não segure” os nutrientes. Nutricionistas especializadas em nutrição clínica explicam que pessoas com sobrepeso geralmente têm a flora intestinal desregulada (disbiose). Isso acontece, porque apesar de comer bastante, a pessoa não ingere os alimentos necessários para manter o bom funcionamento do intestino. Estudos sugerem que a microbiota intestinal interfere na aquisição de nutrientes e regulação de energia.

Grupos de pessoas obesas e magras podem apresentar diferenças no tipo de microorganismos que fazem parte do intestino.

O que pode ajudar a resolver esse problema é a alimentação simbiótica, que é a composição mista de probióticos e prebióticos, componentes que ganharam fama por ajudar o intestino a funcionar. Essa junção resulta em uma alimentação funcional. Chamamos de simbiótico a associação alimentar produzida industrialmente que combina os pré e probióticos. Existem vários tipos de cepas, cada uma com determinada função: para polarizar, para multiplicar, para melhorar a imunidade do corpo.

Somente uma alimentação funcional é capaz de proporcionar tais funções. Nutricionistas orientam que é preciso avaliar cada caso e elaborar um cardápio específico e personalizado.

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve no Cotia Agora.