Pedro Almeida: Cotia, a Raposo e o Rodoanel e o seu direito violado.

Temos observado como está ruim o dia a dia de quem dirige carro, seja profissional ou não. Ruim, mesmo!

Como se chegou a este gargalo urbano no centro e nos acessos a Cotia, até com prejuízo àqueles que por ventura necessitam chegar de maneira rápida ao Hospital Regional?

Sabemos também que esse problema tem origens muito antigas posto que a Capital paulista estava como que expulsando as pessoas do centro e periferia desde os Anos 80 por não ter condições de oferecer qualidade urbana, logo, parte das pessoas paulistanas começaram a procurar áreas verdes no perímetro metropolitano: uma dessas áreas focadas foi a nossa cidade, a começar pelo bairro Granja Viana, e isso se deu por várias questões estratégicas.

Entretanto, já nessa época Cotia possuía um parque industrial de porte médio além da Cooperativa japonesa. Atravessando parte da cidade, a Rodovia Raposo Tavares era um estradão que bem ou mal fazia a ligação para o velho oeste na direção sul, a mesma por onde se levava mantimentos para a Capital. O que se pensou? Alargar a Raposo Tavares e idealizar um Rodoanel para ligar a logística da Grande São Paulo. Dito e feito.

Enquanto isso outras cidades vizinhas, mais especificamente, Barueri, repensava a sua estrutura urbana e encaixava em si mesma uma zona industrial-comercial (Alphaville) para atender o fluxo da modernidade,

Cotia parou no tempo, não acompanhou as grandes obras de infraestrutura. Resultado: uma cidade asfixiada por inchaço populacional e trânsito de veículos. O caos urbano!

O que isso tem a ver com nosso direito violado?

Tem absolutamente tudo a ver. Isso afronta diretamente o direito do cidadão, aumentando sobremaneira seu custo de vida por conta de uma contraprestação do poder público estadual e municipal que não é devolvida de maneira correta. Quando falamos de situações como o acesso a hospitais, por exemplo, estamos falando de vidas que podem ser ceifadas por irresponsabilidade do poder público e isso também é ferir mortalmente o direito daqueles que  com muito sacrifício pagam religiosamente seus impostos para um município cada vez mais rico e com menos qualidade de vida!

E agora?

É preciso buscar, com as comunidades, soluções localizadas para desobstruir o ir e vir. É preciso que as pessoas acompanhem o ordenamento urbano (ocupação de solo) junto da Câmara Municipal e da Prefeitura para que o Poder Público Municipal se sinta na necessidade de discutir “Que cidade é esta? Que cidade queremos?”.

Voltarei a este assunto, porque sempre é tempo de falar de mobilidade urbana.

Um abraço de solidariedade e paz.

*Pedro Almeida – OAB/SP 324.638, é advogado Constitucionalista, cível e trabalhista em Cotia e escreve mensalmente no Cotia Agora. Curta a página no Facebook.