Coluna de Luiz Junior: Beatniks, Hippies e Punks – o alvorecer da Era de Aquário
Houve um momento histórico que pode ser utilizado para definir as principais diferenças entre a Era de Peixes e a Era de Aquário. Refiro-me aos movimentos culturais propagados pela juventude do século XX, nos anos 60 e 70. Esses movimentos foram respectivamente o surgimento da juventude hippie e o movimento de contestação provocada pela onda punk. Os hippies surgem como resposta à cultura predominantemente ditatorial dos primeiros cinquenta anos do século marcado pela tentativa de hegemonia das nações sobre outras e de embates ideológicos entre leste e oeste do globo. Os hippies se caracterizavam pela divulgação de seus ideais de paz, amor, harmonia e ligação com a essência espiritual através do uso de drogas (influências de Netuno e Urano – regentes de Peixes e Aquário, respectivamente). Surgem as grandes comunidades igualitárias e organizações de cunho místico assim como a “descoberta” dos valores espirituais hindus como o Tantra, o Shivaísmo e o movimento Hare Krishna.
Na música, a ordem era a busca da perfeição sonora com grupos de rock como o Deep Purple, o Led Zeppelin (que beberá na fonte do misticismo europeu e indiano) e o rock psicodélico de Jethru Tull, Pink Floyd e Yes.
A Primavera de Praga, de 1968, é um exemplo das últimas respirações da era de Peixes. Nos meados de 1975 surge na Inglaterra o movimento que viria a contrapor não só o movimento hippie como a música Hard Rock e Heavy Metal produzida até então. A ordem era ser individual e fazer o que se tinha desejo. Nada de tentativas de criar comunidades artesanalmente sustentáveis onde todos produziam e trocavam mercadorias. O movimento punk traz o lema “cada um deve criar e se vestir e se relacionar da forma que bem entende”. Grupos como Ramones e Sex Pistols surgem abalando a imagem deixada pelos grupos típicos dos anos 60 e 70 a quem chamavam de “dinossauros extintos”.
Tinham por base um movimento surgido na década de 1940 que considero como um amálgama entre as duas eras – o movimento beatnik, impulsionado pelos livros de Jack Kerouak que definiu a denominação deste período. Neste movimento a ordem era ser independente vivendo de forma comunitária aproveitando cada instante de sua vida, que deveria pulsar como as batidas do coração demonstrando uma profunda insatisfação entre a ordem vigente e seus anseios, estendendo este processo para a cultura, a atitude e a literatura. Digo ser um movimento de transição entre as duas Eras quando analisadas sob o foco da liberdade – cada um faz o que bem entende – da cultura punk aquarista e a busca antimaterialista da cultura hippie.
Podemos afirmar que os movimentos Beat e Punk foram os primeiros grandes movimentos que apontam significadores para a Era de Aquário, reforçadas misticamente pelo Eon de Horus propagado por Aleister Crowley e seu Liber al Vel Legis – que afirmou que tudo deve ser questionado à luz da razão.
Alie tudo isso com a intensa propagação da tecnologia e das tecnologias de comunicação do século XXI e podemos ter um vislumbre do que é a Era de Aquário – A era da individualização e tecnologia – ao contrário da era de harmonia e espiritualidade que todos imaginam.
*Luiz Junior – é astrólogo e tarólogo desde 2012. Fez sua formação na Escola Gaia de Astrologia, desenvolvendo pesquisa na área das qualidades primitivas e dos quatro elementos astrológicos e sua influência no herbalismo, e se especializando em orientação astrológica, astrologia clássica, astrologia horária, sinastria e astrologia eletiva. Já elaborou mais de 150 mapas astrais e mais de 100 artigos sobre o assunto. Vive em Cotia desde 2006. Também é formado em Design de Produtos e em Geografia, além de escritor e fotógrafo de animais. Possui o blog Luiz Junior Astrologia. Em 2013 foi entrevistado pela TV Mundi sobre a Primavera Árabe e as premissas da Era de Aquário (disponível no youtube – https://www.youtube.com/watch?v=xBUo71LI8s4).
Interessante!