Coluna de Lucio Cândido Rosa: Perda de entes queridos na visão espírita

É comum na vida vermos alguém desencarnando, e as pessoas que mais o amam chorando em volta do seu leito, por não terem ainda o conhecimento do que é a morte.

Sabemos que há em nosso meio, Doutrinas que dizem o seguinte:
I – Morreu acabou tudo;
II – Que após a morte voltamos para o todo;
III – Que após a morte iremos para o céu, purgatório ou inferno, conforme as obras que tivermos praticado;
IV – Aquela em que ficaremos dormindo até o dia do juízo final;
V – E por fim, temos a Doutrina Espírita, que traz conceitos sobre a morte, que nos consola, e é melhor aceita pelo crivo de nossa razão, porque diz o seguinte: “A morte não existe porque a vida continua!”, pois só deixamos o corpo físico.

Dessa forma, aquela sena grotesca de sofrimento, começa a cair por terra, pois aquele ente querido que desencarna, está simplesmente deixando seu corpo físico, porque não lhe serve mais, indo ao encontro àqueles que já desencarnaram, e o amavam quando estavam vivos também.
Isso acontece para dar continuidade a sua existência no mundo extra físico (Plano Espiritual), ou em futuras encarnações, aqui na própria Terra.

Não estamos querendo dizer com isso, que devemos adiantar a nossa ida para lá, pois temos um plano encarnatório a cumprir.
Por outro lado, também não estamos querendo dizer que não devemos chorar a perda daquele ente querido, pois a dor da separação é inevitável, principalmente por alguém que viveu um longo tempo ao nosso lado.
O que acontece, é que estamos acostumados “a perder” uma pessoa querida, sem saber o que vai acontecer com ela após a morte. Porém, nossos olhos físicos ainda não detectam que ela está sendo recebida pela espiritualidade, pelo plano maior, espíritos de luz ou anjos da guarda, com muito amor e carinho.

Se essa condição for aceita por nós, diminuirá a intensidade de nossos sofrimentos, pois saberemos que aquele ente querido, estará sendo amparado, até que, no devido tempo, possamos reencontrá-lo novamente.
Sendo assim, eles poderão nos dar sinais de que estão vivos, na espiritualidade, através de sonhos, intuições ou cartas psicografadas, quando também tivermos o merecimento de recebê-las.

É lógico, que para isso acontecer, teremos que estar preparados emocionalmente.
Isso tranquilizará em nós aquele sentimento de revolta, ou de injustiça em condenar a vida, ou a Deus, pelo que nos aconteceu, pois iremos compreender que já era hora do nosso ente querido partir.

Outros ainda poderão até dizer: Fulano que era tão bom… morreu; aquele que é ruim ainda está vivo por aí, fazendo os outros sofrerem. Porém, o que acontece na verdade, aquele que se foi, já era hora, porque honrou e cumpriu todos os seus compromissos e objetivos propostos para esta encarnação. Mas, aquele que ficou, está tendo uma nova oportunidade de se regenerar, para não complicar a sua existência por toda a eternidade, graças à Providência Divina, que lhe concedeu mais um tempo.
Depois de ter analisado tudo isso, poderemos até nos perguntar: Será que não devemos então, chorar por aquele que morreu? É claro que podemos sim, pois as lágrimas são como bálsamo, arrancando de nossos corações inconsoláveis, aquele sofrimento que nos corrói momentaneamente.

E também fazer uma oração, para aliviar a nossa dor.
Porém, cada vez que isso acontecer, não esqueçamos de fazer uma prece envolvendo aquele que se foi, pedindo a Proteção Divina para ele, dando-lhe toda assistência que merece.
Como sabemos, essa dor, esse vazio, leva um longo e bom tempo para ser curada.
Sendo assim, tudo depende de cada um de nós. E quando todos esses sentimentos aparecerem, peçamos ajuda ao Criador que nos console e fortaleça em nossa fé.

Solicitemos, para que continuemos nossa jornada aqui na Terra, com paz, amor e equilíbrio, tomando consciência de que, todo sofrimento é temporário.
Façamos todo bem possível àqueles que ficaram ao nosso lado neste plano, buscando concomitantemente, nosso crescimento espiritual.
Concluindo: Não devemos sofrer ou chorar a vida inteira, perder a vontade de viver, pois só irá prejudicar a nós mesmos, e, através de sentimentos negativos enviados, tiraremos a tranquilidade daquele que desencarnou.

Vibremos então, muita paz e muito amor!
Muita paz!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]