Coluna de Lucio Cândido Rosa: Deus me ouve?

Obs. – Este artigo foi escrito por Aracy Salvatina Silveira de Souza em espaço cedido por Lucio Cândido Rosa.

Estamos em meio a uma pandemia.
E, muitos questionam o poder da divindade e seus desígnios.
Alguns dizem isso não é de Deus. É demônio que quer dominar o mundo e as pessoas…
Mas, como já dissemos em outra ocasião: – Não cai uma folha de uma árvore, se não for da vontade de Deus.
Ele vê e provê todas as nossas necessidades no tempo certo.
O tempo de Deus e o nosso são diferentes. Baseamo-nos no movimento de rotação da Terra, que produz o dia e a noite. Essa é a nossa conotação.
Para Ele, não existe passado, presente ou futuro. É uma linha única e contínua de tempo. Então, sabe o momento exato de quando tudo tem que acontecer.
Muitas vezes nosso desejo de hoje, não é o mesmo de amanhã. O tempo passa e nossas prioridades são outras.
Ele cuida de nós?
Sim, e com todo o desvelo de Pai Amoroso que é!
Nós, somos desligados, e não prestamos atenção ao que acontece ao nosso redor. Não ouvimos nossos próprios pensamentos, intuídos por nosso querido guardião: – o anjo da guarda, como costumamos falar.
Ele é a sentinela que está sempre atento a nossos pedidos e necessidades.
Mas, acreditamos nisso? Onde está a nossa fé, que poderia até ser do tamanho de um grão de mostarda, para poder transpor essa montanha de dificuldades, como dizia Jesus em seu Evangelho de Luz?
Ao lermos o Capítulo XIII, item 18, Evangelho Segundo o Espiritismo, vamos nos deparar com o subtítulo: – “Os órfãos”.
Isso nos remete, no plano físico, a um quadro de abandono de crianças, pelos seus pais biológicos.
No plano espiritual, nosso Pai é Deus, e quando duvidamos de sua Divina Providencia, também de certa forma, seremos órfãos. Órfãos, não pela vontade dele, mas porque somos incautos e o abandonamos.
Abandonamos como crianças birrentas, que quando não ganham o que querem, esperneiam, berram e choram, para que nossa vontade seja feita.
Isso porque oramos o Pai Nosso, e proferimos a seguinte frase: – “Seja feita a sua vontade, assim na Terra como no céu”. Desde que sua vontade seja igual a nossa, não é?
Precisamos acordar e atentar para isso.
Desde os antigos profetas, e de tempos em tempos, recebemos “recados” verbas (psicografias e psicofonias), ou através de catástrofes, como é o caso desta pandemia.
O recado diz: – Acordem meus filhos! É chegada a hora da redenção! É a separação do joio do trigo, para que haja paz na Terra àqueles que têm boa vontade. Os que atendem ao Meu chamado serão felizes.
Somos órfãos? Achamos que sim. Não porque Deus nos abandona, pelo contrário, nós o abandonamos, pelo egoísmo, prepotência, vaidade, orgulho, viciação de toda ordem, que nos levam à nau das aflições.
Cremos ou não em Deus?
Seremos iguais a São Tomé, que precisou tocar nas chagas de Jesus para crer?
Deixemos de ser materialistas. As melhores opções estão no plano invisível a olhos nus.
O Mestre, muitas vezes, em suas pregações dizia que, quem tivesse olhos para ver e ouvidos para ouvir, que o fizesse.
Chegou a hora de fazermos isso, aliás com 2.000 anos de atraso.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Sábias palavras, isto porque o Mestre dos Mestres não só falou, mas exemplificou todas elas.
Seu amor pelo povo, pelas crianças, pelos “pecadores”, pelos doentes do corpo e da alma, têm referência em todo o evangelho.
Veio para dar cumprimento à Lei. A Lei de Amor e de Caridade entre os homens, que hoje anda tão esquecido por causa do progresso exacerbado!
Jesus, fonte de amor e alegria nunca abandonou este planeta, do qual é considerado governador.
Fomos agraciados com nosso livre arbítrio, e nos perdemos. Isso porque não sabemos como lidar com essa dádiva, igual à criança que ganha um brinquedo e não sabe o que fazer com ele.
Entremos em oração, rogando piedade e misericórdia neste momento, pelas nossas falhas, pela falta de evolução.
Roguemos ao Pai, com destemor e confiança e façamos a nossa parte.
Que nossa fé nos traga ânimo, afastando todo medo, aumentando nosso discernimento para separar o bem do mal, e sigamos a trilha de nosso querido Mestre Jesus.
“Pedi e obtereis, batei e as portas vos serão abertas, mas fazei a vossa parte e o Senhor fará a Dele”.
Somente nós, pelo nosso livre arbítrio, autorizamos a atuação de Deus em nossas vidas.
“Venha a nós o vosso reino para sempre. ”
Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]