Psicóloga Regiane Campos: Vamos falar sobre a dor do suicídio?

Uma estória triste

Nove em cada dez mortes por suicídio poderiam ser evitadas. Os dados, da OMS – Organização Mundial da Saúde, reforçam a importância da valorização da vida e da conscientização sobre ela.

O dia 10 de setembro foi escolhido como o Dia Internacional do Suicídio. A data surgiu há 25 anos. A cor da campanha foi adotada por conta da trágica história de Mike Emme, um jovem americano, de 17 anos que, em 1994, tirou a própria vida dirigindo seu carro amarelo.
Seus amigos e familiares distribuíram no funeral, cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem passando pelo mesmo desespero.
O primeiro passo para prevenir o suicídio é conversar. Então vamos falar sobre isso?

Quando a tristeza aparece?

Você sabia que o tempo médio de um processo de tristeza é de 2 meses? Depois deste tempo a pessoa vai retomando sua vida aos poucos. Embora se você lembrar de uma situação triste que viveu, a sensação que pode ter tido é que ela nunca ia acabar, pois a tristeza envolvida nesta emoção mobiliza dor e sofrimento.

Perder, nos deixa tristes

Quando pensamos em perdas é comum vir à cabeça a seguinte lembrança: “Fiquei triste quando perdi meu avô, meu pai, meu animalzinho de estimação.” Só que existem outras situações como adversidades, perda de um emprego, se deparar com nossa fragilidade diante de algo que estamos vivendo, mudança de uma pessoa querida para longe, quando somos frustrados por receber um “não” da vida, transições da infância para adolescência ou da vida profissional ativa para a aposentadoria , quando perdemos o controle de algo que parecia “estar perfeito” e tantas outras.

Aceitar é o 1º passo para sair da tristeza

Aceitar, não é simplesmente se conformar mas sim saber que esta emoção também pode nos ajudar a ver outras possibilidades e alternativas. Isso significa que por mais que doa e que possa tirar o gosto e a cor que sempre tivemos, ela é apenas uma parte da nossa vida e não o todo.

Por que ela demora tanto a passar?

Quando estamos tristes temos dois caminhos: Aceitar ou se revoltar. Se conseguimos aceitar, digo conseguir pois nem sempre isso passa pela possibilidade de escolha já que são fases, compreendemos que a vida mesmo com toda a tristeza, ainda tem partes boas e que o que estamos sentindo uma hora vai acabar .
Agora quando só conseguimos nos revoltar ou seja, não conseguimos acessar as partes criativas do nosso cérebro (o lado B desta emoção) e desta forma não percebemos as melhoras, por menores que sejam; podemos evoluir para estados profundos de tristeza.
Como falamos, o caminho da revolta ou da aceitação não são escolhas, por isso a atitude de julgar o outro ou nós mesmos como se o sofrimento fosse frescura, “mimimi”, sem dúvida alguma não é a melhor decisão.

Da tristeza para a Depressão, podendo chegar aos ataques à vida

Costumo dizer para meus clientes que a dor de quando se está com depressão ou quando se está com sentimentos depressivos é a mesma. O que diferencia as duas, é poder identificar o motivo que nos deixou triste pois, nos casos de depressão tudo nos entristece isto é, não existe mais um motivo específico.
A intensidade e a quantidade de vezes que estou me sentindo triste é outro ponto a ser visto. Por exemplo, se hoje estou me sentindo um pouco menos ou mais triste do que me sentia há duas semanas. Também percamos olhar a quantidade de vezes que me sinto triste. Por exemplo, esta semana aumentou ou diminuiu em relação ao que sentia há um mês?

Uma palavra sobre o suicídio

É muito importante saber que quando na cabeça de uma pessoa se passa o pensamento de parar de viver, esta pessoa não quer morrer, na verdade ela quer se livrar de 1 dor, 1 problema que não encontrou solução, caminho, possibilidade para se ver livre desta terrível situação, que lhe causa uma dor insuportável.

Formas de ajudar uma pessoa com pensamentos suicidas

O profissional da saúde é preparado para auxiliar a pessoa com depressão ou pensamentos suicidas a encontrar alternativas para lidar com seu problema.
O psicólogo é capacitado para receber e ouvir a pessoa doente sem julgamentos ou preconceitos, ajudando à pensar sobre seus sentimentos, pensamentos e comportamentos; além de orientar se é necessário a utilização de remédios que auxiliarão no reaparecimento do bem estar.
Outra questão importante a ser falada é que as vezes a família não tem condições de ajudar sozinha a pessoa que está com depressão e os amigos nem sempre tem a clareza necessária sobre os encaminhamentos que são necessários para o resgate da pessoa.

Renascer uma possibilidade e um direito de todos.

A depressão tem jeito sim e com o tratamento adequado a pessoa triste começa a desenvolver habilidades que a ajudarão a caminhar pois, mesmo quando tudo está triste dentro da gente, lá fora a Vida Continua. Não é simples mas é possível. Acredite!

*Regiane Campos – CRP 06/ 58579 – Psicóloga Clínica e Consultora Executiva escreve quinzenalmente no Jornal Cotia Agora.
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