Caminhoneiros ameaçam nova greve nos próximos dias

O presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, afirmou que a categoria poderá entrar em greve nos próximos dias. Líder da greve da categoria em 2018, “Chorão”, como é conhecido, disse estar no limite e lembra das dificuldades dos caminhoneiros nos últimos meses.

“Possibilidade há. Estamos no limite, na UTI, estamos tomando esse remédio para salvar a categoria”, disse Landim, em entrevista ao UOL.

Chorão ainda acusou o governo federal de se promover com as demandas da categoria. Segundo o presidente da Abrava, a promessa de linha de crédito para caminhoneiros por meio do BNDES não foi cumprida.

“Outra coisa que me deixou muito chateado é aquela [linha de crédito] de R$ 500 milhões para manutenção da categoria, que foi proposta para nós. Não conheço nenhum caminhoneiro que pegou. A vigência terminou agora. Eu pedi, mandei ofício para Ministério da Economia e nem sequer me retornou. Conversamos com vários setores financeiros, esse plano nunca existiu. Estão fazendo marketing em cima da categoria”, ressaltou.

O programa foi anunciado em 2019 e teve sua vigência encerrada no último dia 8 de junho. Para tentar amenizar e atender os pedidos de caminhoneiros, o governo federal lançou o “Gigantes do Asfalto” , um projeto que promete desburocratizar a situação de caminhoneiros autônomos.

Nos últimos meses, o Palácio do Planalto tenta atender a todo custo as demandas da categoria, a fim de evitar outra greve, como a realizada em 2018. O presidente Jair Bolsonaro, inclusive, decretou a redução de impostos federais no diesel para diminuir a pressão sobre o governo.

Nas eleições de 2018, Bolsonaro prometeu manter bom relacionamento com os caminhoneiros, mas atritos registrados no último ano provocaram um racha entre a categoria e o presidente. No começo deste ano, parte dos caminhoneiros autônomos ameaçaram entrar em greve, no entanto, recuaram após pouca adesão.

Após negociações, o Planalto prometeu incentivos à categoria, mas, segundo Chorão, não foram efetivadas. Entre as promessas estava a prioridade na imunização, o que também não foi cumprido.

“A gente vem participando de muitas reuniões no governo e nada. Nós temos várias situações, uma delas é referente à vacina. A gente está no grupo prioritário desde janeiro, mas até agora a gente não foi imunizado”, lembra.

Do iG