Boleiros rodados no exterior dão toque de experiência ao Cotia FC
Jogadores do time rodaram por outros países. Veja a primeira parte deste especial.
Nove países, 21 clubes e uma seleção. Estes números fazem parte do currículo de sete jogadores do elenco do Cotia FC e também do atual treinador, que jogaram fora do Brasil, onde adquiriram experiência internacional, dinheiro e muito aprendizado em culturas diferentes.
Nenhum deles ganhou holofotes em grandes times da Europa, mas procuraram mostrar seu futebol em países nem tão tradicionais no cenário futebolístico. A mudança do país de origem para outro nem sempre é fácil, a dificuldade em relação ao idioma, cultura, comida e até a forma de jogar futebol são obstáculos que muitas vezes atrapalham a carreira de um jogador.
Ir jogar em um país onde o esporte não é tão tradicional e sem estrutura acaba sendo mais um empecilho a ser derrotado pelos atletas.
No Cotia FC existem muitas histórias dessas passagens por clubes ao redor o mundo. Do atual elenco de 22 jogadores, sete deles já carimbaram o passaporte diversas vezes, além do treinador Marcos Paulista, que quando jogador, passou muitas temporadas jogando por clube das Américas.
Há o caso do volante Floriano (ao lado), de 33 anos, que quando jogava no São Bento, em 2013, se naturalizou na Guiné Equatorial e defendeu a seleção do país africano nas Eliminatórias da Copa 2014. Lá, ele assinou contrato com o Panthers FC para defender a seleção.
Outro jogador experiente no futebol fora do Brasil é o atacante Clodoaldo. Com passagens por 17 clubes no Brasil, entre eles o Corinthians em 2007, o jogador de 36 anos teve sua primeira experiência no exterior em 2002, quando saiu do São Paulo-RS para o Deportivo Pasto da Colômbia. No ano seguinte continuou na Colômbia, vestindo a camisa do Independiente de Medellin.
Após a passagem pelo Corinthians, foi de empréstimo para o Pohang Steelers, da Coreia do Sul (Foto ao lado). Voltou ao Brasil, passou por três times e em 2010 desembarcou em Portugal, para jogar no Estoril. Sua última passagem no exterior foi no ano passado, no Depor, da Colômbia, país que adotou para morar.
Um dos jogadores do Cotia que mais atuou no exterior é o meia Rogerinho (à esquerda), de 33 anos. Ele esteve por oito temporadas em Portugal, jogando pelo Braga, União da Ilha da Madeira, Nacional de Funchal e Camachã. Jogou lá entre 2002 e 2004, foi emprestado ao Juventude de Caxias, daí voltou para Portugal, onde jogou entre 2004 e 2010.
Outro que se aventurou por países bem distantes e sem tradição no futebol foi o lateral esquerdo Alessandro, de 32 anos. Com passagens por 16 clubes no Brasil, entre eles Internacional, Náutico e Ponte Preta, foi jogar no Melbourne Victory, da Austrália, após ser visto pelo técnico do time, Ernie Merrick, que o comparou a Roberto Carlos (ex seleção). Lá jogou uma temporada da liga local. Entre 2010 e 2012 jogou pelo Neftchi, do Azerbaijão.
O zagueiro Junior Gaúcho, 26 anos, foi em 2014 jogar no Cerro Largo, do Uruguay (à esquerda), antes de vir para o Cotia.
Com menos experiência internacional, dois atletas que jogaram na base do Cotia e atuam neste ano no profissional. O volante e lateral direito Gabriel Modesto, 21 anos, que foi revelado pelo São Paulo, depois veio para o Cotia e em 2013 foi ao Naval 1º de Maio, de Portugal. Na volta, fez parte do elenco da Portuguesa no Brasileirão de 2014.
O mesmo caminho fez Dani Bacan, meia de 21 anos, que esteve ainda como junior no Marítimo (Portugal), voltou ao Brasil, jogou pelo sub-20 do Cotia e se transferiu para o Naval 1º de Maio. Na volta, defendeu o Grêmio Barueri e a Portuguesa em 2014. Na foto ao lado, Dani e Gabriel no Naval.
Comandante com quatro Libertadores na bagagem
A experiência lá fora também foi fundamental para o crescimento da carreira do jogador Marcos Paulista, que hoje é o técnico do Cotia.
Marcos teve passagens no Brasil pelo Criciúma, Chapecoense, Ceará, Santo André, Uniclinic e São Luis-RS.
No exterior jogou por cinco equipes, sendo três no México. Ele vestiu a camisa do León, Pumas e Necaxa, ambos do México e Concepcion (Chile) e América de Cali (Colômbia). Jogou quatro Libertadores no início da década passada.
Mesmo com 39 anos resolveu aceitar o desafio de jogar pelo Cotia em 2013 e participou do acesso do clube à Série A-3. Após o pedido de demissão do técnico Tiago Batizoco, assumiu o comando do Cotia no atual campeonato.
Por Beto Kodiak
