25 de agosto é Dia do Feirante, saiba um pouco da história em Cotia e a origem no mundo

25 de agosto é comemorado no Brasil, o Dia do Feirante. Em Cotia as feiras livres são tradicionais desde os anos 60 e a principal acontece aos domingos, ao lado da Prefeitura.

Já foram mais de 180 feirantes aos domingos, mas por conta da crise causada pela pandemia, hoje são cerca de 80 barracas que vendem seus produtos, alguns de sua própria produção, outros revendem de produtores da região. A feira de Cotia, além de oferecer produtos diretamente da ‘roça’, também tem alimentos diversos, como peixes, aves, frios, temperos, condimentos e a praça de alimentação, que oferece pastéis de quase 20 recheios diferentes, comida japonesa, doces, bolos, entre tantas delícias.

O sucesso da feira foi tanto que uma versão noturna foi criada às quartas-feiras, que hoje tem mais de 40 feirantes. Na região central, a diurna também acontece em outros dias: terça (Portão), quarta (Jardim Central), quinta (Atalaia), sábado (Rio das Pedras) e ainda em bairros como Caucaia, Parque São George, Rio Cotia, Km 21, entre tantas.

Feira noturna começando

Um pouco de história

A feira livre de Cotia não foi sempre ali em frente à Prefeitura. Há alguns anos essa mesma feira era chamada de Varejão, já que havia no domingo outra menor e mais antiga no centro de Cotia.

Nos anos 60 acontecia uma feira na Praça Joaquim Nunes, como mostra a imagem abaixo e que estampa a parede do Supermercado Pedrosão (Não temos aqui a autoria de quem fez a foto, se alguém souber, por favor, nos avise).

Nos anos 70, a feira acontecia na Rua Guido Fecchio e as barracas iam de onde hoje é a Câmara Municipal até a esquina com a Avenida Antônio Mathias de Camargo.

Na mesma época havia a feira do Portão, que acontecia na Avenida Zacarias Antônio da Silva. Com o passar do tempo a feira central migrou para outros locais, como a Avenida Professor Manoel José Pedroso (próximo à doceria Fantasias), no antigo recinto de eventos (onde hoje é o terminal metropolitano) e também já foi na Rua Ernesto Lemos Leite e Rua Joaquim Nunes Filho, na Vila Monte Serrate.

Anos 60, em foto que estampa painel no Supermercado Pedrosão
Anos 60, em foto que estampa painel no Supermercado Pedrosão

Depois foi a vez do surgimento do Varejão, em frente ao antigo ginásio de esportes, o Suvacão, nos anos 80.

A feira do centro também mudou e por muito tempo foi ao lado do atual ginásio de esportes, ali no Parque Bahia e Vila São Francisco.

A feira do Portão também migrou de ruas. Ficou por muito tempo próximo à Praça Japonesa, nas ruas da Glória, Adolfo Barsotine e Idomineu Antunes Caldeira, até chegar ao que é hoje, com poucas barracas, ao lado da igreja do Portão, às terças.

Em frente ao antigo ginásio, o início do "Varejão"
Em frente ao antigo ginásio, o início do “Varejão”

Vida difícil, horas sem dormir e lucro pequeno

A vida de feirante não é nada para quem faz várias durante a semana. São horários diferentes de sono, alimentação fora de hora, calor, frio e ainda tem de conviver com o lucro cada vez menor na venda de seus produtos e a concorrência com mercados, supermercados e sacolões.

O Jornal Cotia Agora, através de seu editor chefe, Beto Kodiak (frequentador das feiras), presta esta homenagem a esses trabalhadores, pessoas que lutam em seu dia a dia para levar produtos de qualidade aos seus clientes.

feira3A história das feiras, por Me. Cláudio Fernandes

No Brasil há um dia especial para homenagear o feirante, o trabalhador que comercializa o seu produto em estruturas simples, feitas de barracas e bancadas, e que estabelece contato direto e quase sempre amistoso com os seus clientes. O Dia do Feirante é comemorado em nosso país em 25 de agosto. Mas antes de contarmos como ocorreu a escolha desse dia para tal homenagem, vamos conhecer um pouco sobre as origens das feiras livres tais quais as conhecemos.

Desde a formação das primeiras cidades, cerca de 3.000 anos a.C., as formas de trocas comerciais começaram a se organizar em centros específicos onde as pessoas concentravam-se para vender e comprar o que lhes interessava. Os centros comerciais tiveram evoluções diferentes na Idade Antiga, de acordo com as civilizações, tanto no Ocidente quanto no Oriente. Não obstante, o modelo de feira livre tal qual o conhecemos hoje em dia apareceu na Baixa Idade Média, isto é, a partir do século 11.

No período da Baixa Idade Média, ocorreu o chamado Renascimento Comercial e Urbano na Europa, que deu origem aos burgos, isto é, cidades que passaram a comportar um número elevado de pessoas vindas de várias regiões (principalmente da África e da Ásia) e que tinham interesse em matérias-primas, alimentos, tecidos, artesanato etc. A principal forma de organização das trocas de produtos nessas cidades eram as feiras. A disposição de tendas para a venda dos produtos em um só lugar, em determinado dia da semana, facilitava as trocas comerciais para todos.

Quando é preciso, a feira muda para o recinto de eventos
Quando foi preciso, a feira mudou para o recinto de eventos

Com o início da colonização do Brasil, a partir do século 16, o modelo da feira livre veio com os colonos portugueses. Desde os primórdios da Vila São Paulo (ainda no século 16), que daria origem à cidade de São Paulo, há relatos de bancadas de verduras montadas nas ruas para comércio. Além disso, o modelo geracional das feiras em pequenos vilarejos é o que atualmente se denomina de “hortifrutigranjeiro”, isto é, venda de vegetais, como frutas, legumes e hortaliças, e de animais criados em granja, como aves.

Uma das feiras de São Paulo que ganharam grande fama foi a feira do Largo General Osório, que, até 1914, ocorria de forma desordenada e irregular. Houve então certa confusão em torno da situação dessa feira e de outras menores espalhadas pela cidade. O então prefeito de São Paulo, Washington Luís, por meio do Ato 710, de 25 de agosto de 1914, conseguiu instituir a criação de mercados francos como forma de regularizar minimamente a situação das feiras livres. O ato resolvia problemas como a periodicidade da realização das feiras e o modo de organização dos feirantes.

Desde então o Dia do Feirante, no Brasil, está associado a esse primeiro documento que tornou regular na cidade de São Paulo um dos ofícios mais antigos do mundo.

Um comentário em “25 de agosto é Dia do Feirante, saiba um pouco da história em Cotia e a origem no mundo

  • 25/08/2015 em 15:51
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    obrigado amigo

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