Tribunal do Crime executa homem em favela de Cotia, e família procura corpo

Um mês após o desaparecimento de Wilton, morador de Barueri, a ex-mulher dele confessou à polícia que o entregou ao “tribunal do crime”. Ela teria dito aos bandidos que o ex-companheiro havia estuprado as filhas e a enteada, e foi condenado à morte.

Wilton foi visto pela última vez no dia 27 de abril, quando descia de um ônibus ao retornar do trabalho, mas não chegou em casa. Ele chegou a mandar uma mensagem de voz para a atual namorada, mas a família não teve mais informações.

Inicialmente, a ex-mulher do rapaz negou estar envolvida no desaparecimento dele. No entanto, confessou à polícia que testemunhou a execução do ex-companheiro. À polícia, a mulher disse que alguns homens foram até a casa dela e a levaram até o local do tribunal do crime, que fica em uma favela no bairro Nova Vida, em Cotia.

Wilton teria sofrido uma sessão de tortura para que admitisse que havia abusado das filhas e da enteada. A violência teria continuado até o dia seguinte, quando a vítima chegou a confessar e recebeu a sentença de morte dos criminosos.

A ex-mulher relata ainda que os bandidos chegaram a pedir pizza para ela e seus dois filhos enquanto torturavam Wilton. Após a sentença de morte, os criminosos teriam chamado um veículo por aplicativo para levá-la embora da favela.

Os supostos estupros dos quais Wilton era acusado foram registrados em um boletim de ocorrência em 2015, mas a família do rapaz mostrou exames que comprovaram que as meninas não tinham sofrido abuso sexual. Para os familiares, o crime foi motivado por ciúme.

Wilton terminou o relacionamento com a ex-mulher em 2017. “Ela mandou executar o meu irmão porque descobriu que ele estava tentando viver a vida dele com uma outra pessoa”, contou a irmã de Wilton ao “Cidade Alerta”, da Record.

“A gente espera que ela diga aonde está o corpo do meu irmão para que a gente possa seguir a vida porque está muito difícil. Ela disse que não executou, mas mandou matar, né. Então, que ela se entregue e pague pelo erro que cometeu”, completou.

De acordo com a reportagem, os criminosos estariam ligados a uma facção criminosa que atua dentro e fora de presídios. O caso é investigado pelo DHPP – Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Do Visão Oeste