Sistema que trará água para Cotia e região é inaugurado

Foi inaugurada nesta terça-feira (3), em Vargem Grande Paulista, a obra da Sabesp que amplia a oferta de água potável para 22 milhões de habitantes de cidades da Grande São Paulo. Com um investimento de R$ 2,21 bilhões, o Sistema São Lourenço passa a fornecer até 6.400 litros de água por segundo.

São 83 quilômetros de adutoras e uma elevação de 330 metros, passando pela Serra de Paranapiacaba. Assim, a região oeste da Grande São Paulo, que recebia água dos sistemas Cantareira e Baixo e Alto Cotia, será atendida pelo Novo Sistema Produtor São Lourenço.

Assim, o projeto se torna o nono sistema de abastecimento da Grande São Paulo e o quarto mais importante em capacidade de fornecimento de água, depois do Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê.

Potência

O São Lourenço traz água para a Região Metropolitana da capital paulista. A captação ocorre na represa Cachoeira do França, em Ibiúna. A vazão retirada passa por 49 km de tubulações de aço carbono, que chegam a 2,1 metros de diâmetro, até a nova estação de tratamento, em Vargem Grande Paulista.

Para alcançar a estação, a água tem que subir 330 metros, “escalando” a Serra de Paranapiacaba. Para isso, foram instaladas cinco bombas na captação, com uma potência total de 40 mil cavalos – o equivalente a 40 motores de um carro de Fórmula 1 em potência máxima.

A partir daí, a água percorre mais 32 km de adutoras, por onde se encaminha para as torneiras dos moradores de Cotia, Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista. Hoje, essas cidades são atendidas pelos sistemas Cantareira, Alto Cotia ou Baixo Cotia.

Com a água do São Lourenço, a vazão desses três outros sistemas será “poupada” no atendimento aos municípios. Sobra, portanto, mais água neles para ser armazenada nas represas ou abastecer o restante da Grande São Paulo, inclusive a capital.

Estrutura

A construção gerou 4.500 empregos diretos e indiretos, muitos deles preenchidos por moradores da própria região por onde a obra passou. Além das bombas e das estruturas de captação e tratamento, o projeto possui três grandes reservatórios de água bruta (anterior ao tratamento), que armazenam 75 milhões de litros no total.

Existem também mais três reservatórios de água potável, no total de 50 milhões de litros. Para instalar os tubos usados no transporte da água, houve também marcos importantes. A tubulação passa por um túnel embaixo da Rodovia Raposo Tavares.

A passagem foi feita por método não destrutivo, com uma máquina fazendo a escavação sob a pista. Essa estratégia evitou que a estrada tivesse de ser fechada ao trânsito durante a construção. Há ainda um outro túnel, de 1 km, por onde a adutora passa.

Outro destaque é o projeto arquitetônico da estação de tratamento. Com formas arredondadas, que remetem ao movimento da água, os prédios permitem a entrada de luz natural e de ar, diminuindo o consumo de energia elétrica com iluminação e ventilação, por exemplo.