Rancho dos Gnomos está de mudança de Cotia para o interior

O santuário Rancho dos Gnomos está em processo de mudança de Cotia para Joanópolis. Crescimento urbano no entorno da antiga sede prejudica os animais e obriga mudança.

Com a espécie ameaçada de extinção no Brasil, as onças-pardas Eny Shendra, Amala, Kamala, Ynawá e Shinawa ganharam um novo lar nesta semana. Elas são cuidadas pelo Rancho dos Gnomos, que abriga em Joanópolis (SP) animais silvestres que foram vítimas de maus-tratos e abandono.

O santuário de animais está em processo de mudança para um novo espaço na região bragantina. O motivo é o crescimento da cidade no entorno do espaço que ainda mantém no Jardim Arco Íris, em Cotia. Segundo a idealizadora do projeto, Silvia Pompeu, além de problemas com invasões, o crescimento urbano prejudica os animais.

“O rancho ficou ilhado por comunidade, não tinha mais tranquilidade para os animais. Ficamos inseridos no perímetro urbano e por causa disso buscamos um lugar mais tranquilo para os animais”, explicou.

A mudança das onças-pardas foi o primeiro processo de manejo de animais da antiga sede para Joanópolis. Foram cerca de três dias de trabalho, na última semana, com apoio de voluntários, da Polícia Ambiental e da Porto Seguro, através do empresário Guidinho Fecchio, que fez o transporte (ao lado).

Além das novas moradoras, o espaço na região bragantina abriga a ursa Rowena, que ficou conhecida como ‘ursa mais triste do mundo’, a onça-pintada Tupã, um burro, boi, cães e gatos. O local foi adquirido após uma campanha de financiamento coletivo na web.

Segundo Silvia, as onças-pardas foram inseridas em um amplo espaço na natureza, que conta com 1,1 mil metros de área ambientada com tocas e piscinas para os animais.

“Os animais conhecem a rotina do rancho, o que mudou foi sair de um lugar conturbado para um de tranquilidade e paz para elas. Lá elas ficavam muito agitadas, em alerta por causa dessa intervenção humana. O espaço aqui é de silêncio absoluto então elas já estão adaptadas. Brincam, rolam na grama e aproveitam o local”, afirmou.

As cinco onças-pardas foram resgatadas ainda bebês em situações oriundas de desmatamento. Atualmente, elas tem entre seis e sete anos.

Ajuda

O espaço para abrigar as onças-pardas foi construído em parceria com o Instituto Luisa Mell. Mas além delas, o espaço também precisa ser adaptado para receber os demais bichos que ficaram em Cotia.

Ao menos 120 animais como macacos, veados, araras e até uma lontra precisam ser transferidos.

“A emergência é para todos, mas a maior preocupação são para os grandes felinos, os leões. Em termos de segurança, a prioridade seria o transporte dos quatro leões, mas não temos previsão porque além de tudo não paramos de receber acionamento para resgate de novos animais”, explicou Silvia.

A ambientalista ainda pediu ajuda e parceiros para a manutenção do abrigo para os animais. “Nosso trabalho demanda ajuda. Nós acreditamos muito na ajuda e seria muito bom se todo mundo pudesse ajudar um pouquinho. A gente vive para esse trabalho”, disse.

Por G1 – Foto: Biga Pessoa