Prefeito de São Roque decreta estado de emergência

Em uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (15) o prefeito de São Roque, Daniel de Oliveira Costa, divulgou que está decretado o estado de emergência no município.

Esse estado se deu após avaliação da Defesa Civil que ainda contabiliza danos na cidade após as chuvas que causaram inundações na sexta-feira (11).

Com a situação, após a destruição, a prefeitura precisa resolver os problemas emergenciais que vão refletir diretamente no restabelecimento do município em prol da população.

O estado de emergência, por tempo indeterminado, faz com que algumas das funções do executivo, do legislativo ou do judiciário, nesse estado excepcional, sejam parcialmente alterados no sentido de agilizar o que for necessário para restabelecer a normalidade no município em razão do desastre natural e para a implementação de planos de emergência alertando até mesmo seus cidadãos para que ajustem seu comportamento de acordo com a nova situação. O município também pode recorrer a ajuda estadual e federal.

Número de atingidos

A prefeitura informou que não há feridos e nenhuma morte. Até o momento foram contabilizadas 700 famílias que tiveram suas casas atingidas diretamente pela inundação na sexta-feira, 11, em todo o município (que tem mais de 86.500 habitantes).

O número de 700 famílias ainda pode subir e passar de Mil, uma vez que estão sendo realizados novos levantamentos.

Das 700 famílias até agora, 14 tiveram de ser retiradas de suas casas por deslizamentos de terra, ou por estarem em área de risco e duas ficaram destruídas, praticamente caíram. Estas pessoas estão em casa de parentes ou amigos até o momento.

Segundo a prefeitura não há famílias alojadas em locais públicos como ginásios, escolas ou creches. O poder municipal informou que o que houve foi a perda de bens materiais como móveis e objetos, além de alimentos. As pessoas estão em suas casas recebendo ajuda e doações.

Nos casos mais críticos, um engenheiro acompanhado da Defesa Civil, segue realizando vistorias nos imóveis.

A prefeitura também informou que todas as 700 famílias já receberam ajuda, cada uma no que foi preciso de acordo com atendimento feito pelo Bem Estar Social e Fundo Social de Solidariedade que vem recebendo as doações.

Outros departamentos segundo a prefeitura, também estão ajudando, cada um dentro de sua área especifica. Desde de sexta-feira, 11, de acordo a administração, ocorre uma força tarefa para a limpeza em diversos pontos, além reparos e consertos em algumas áreas mais atingidas.

Praticamente a totalidade das 700 famílias está relacionada a ajuda de doações, pois, perderam muito com a enchente. Como a água escoou, elas seguem limpando suas casas e contabilizando os danos. A maior parcela perdeu alimentos, roupas e móveis.

Para ajudá-las, estão sendo arrecadados alimentos, produtos de limpeza e higiene, entre outros. Algumas famílias perderam móveis como sofá, fogão, geladeira entre outros.

Um relatório ainda não concluído, informa que passam de 15 bairros que tiveram residências alagadas como São João Novo, São João Velho, Mailasque, Gabriel Piza, Villaça, Taboão, Jardim Renê, Junqueira, Jardim Conceição, Paisagem Colonial, Pavão, Carmo, Canguera, região do Centro, Vila Aguiar e Guaçú.

Queda de parte da Avenida Marginal e outros danos

A prefeitura informou ainda que um dos problemas também de maior complexidade está o estrago físico de alguns pontos da cidade. O maior deles é um trecho inteiro da Avenida Marginal, que fica entre a Avenida Brasil e Avenida John Kennedy.

Segundo o órgão, houve a queda das paredes laterais de praticamente todo o trecho que comprometeu ainda por completo as duas pistas até próximo a calçada de pedestres.

Apesar de ainda haver parte do asfalto no local, a água infiltrou por baixo o que causou rachaduras e risco de afundamento no futuro, sendo assim, todo o trecho precisará ser refeito, ou seja, a construção de uma nova avenida neste espaço, segundo a prefeitura.

Como a situação é emergencial e a avenida é um dos pontos de maior importância no trânsito no município, a obra será em caráter de emergência e portanto, sem licitação.

O prefeito Daniel informou que já pediu ajuda do Governo do Estado para a recuperação do trecho e que somente essa reforma especifica pode custar R$ 15 milhões.

Ainda segundo Daniel, ele esteve na sede Governo do Estado ontem e seguirá novamente nesta quarta-feira, 16. Disse que toda a documentação necessária está sendo enviada e aguarda o aval do Governo para iniciar as obras que podem durar até 12 meses.

Outro problema é uma ponte que caiu com a força das águas no bairro Guaçú e que também precisa ser reconstruída com o apoio do Governo. Além disso, segundo a prefeitura, há outras pontes com possíveis problemas, além de danos em calçadas, muros, cabeceiras de rios, tampas de cimento e erosões que apareceram em diversas estradas e ruas.

Para a reconstrução da ponte e as demais demandas, serão necessários mais R$ 5 milhões.

Água e luz

O órgão informou ainda que a Sabesp já reestabeleceu o abastecimento nos bairros que enfrentaram a falta de água devido ao rompimento de uma tubulação com a queda do muro do rio da Marginal.

As equipes passaram todos esses dias trabalhando 24 horas para recuperar o fornecimento nas regiões afetadas que ficam entre os bairros Guaçú e Santo Antônio.

A CPFL também restabeleceu a energia em todos os pontos que estavam sem luz e agora segue realizando pequenos reparos. Alguns moradores podem estar sem energia interna devido a problemas com a inundação, como um curto-circuito.

Seis barragens se romperam

Ainda durante a coletiva, segundo o prefeito, além da chuva, seis tanques de água que ficavam na região alta de São Roque romperam e também influenciaram nos estragos.

Os reservatórios são de propriedades particulares e os donos serão procurados pela administração municipal. Se for constada alguma irregularidade eles podem ser punidos.

Esses tanques estavam localizados nos bairros Gabriel Piza, Ponte Lavrada e Capela do Cepo.

Os rompimentos teriam ocorrido entre às 20 horas de quinta-feira, 10, e às 03h00 da madrugada de sexta-feira.

Ajuda

O pedido também é de que ongs, clubes, associações, empresas, igrejas, entidades, empresários entre outros, possam participar colaborando com doações, apoio operacional e demais serviços.

Para as doações a concentração está no Ginásio Municipal de Esportes no Junqueira onde é realizada arrecadação e distribuição organizada pelo Bem Estar Social e Fundo Social de Solidariedade.

Água, colchão, alimentos e móveis são as maiores necessidades no momento.

Do São Roque Notícias