Preço da carne deve voltar a subir após alívio em janeiro; entenda

Na hora de fazer compras, o preço da carne pesou bastante no bolso do consumidor no ano passado. Depois de uma alta de quase 18% em 2020, o custo do alimento parece ter se estabilizado em janeiro, com um pequeno recuo de 0,08%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na última terça-feira (9). Segundo analistas, isso já reflete uma demanda menor com o fim do auxílio emergencial. Mesmo assim, a projeção para este ano ainda é de elevação, por outros fatores.

O preço da carne continua pressionado no atacado. O clima mais seco em 2020, com a pior estiagem em dez anos (o que prejudica os pastos), e a alta das exportações explicam o aumento dos preços nos últimos meses.

Na segunda-feira passada, o preço da arroba bovina chegava a R$ 301,50, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea Esalq/USP) — um recorde histórico. Somente neste ano, a cotação já subiu 13%.

“Os frigoríficos, com o aumento dos preços (no exterior) e a maior demanda das exportações, estão trabalhando com estoques menores, o que eleva os preços nos mercados”, diz o presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Estado do Rio de Janeiro (BGA-RJ), Humberto Margon.

Segundo uma projeção da Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, no período de janeiro a novembro de 2020, as exportações somaram 1,84 milhão de toneladas, um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2019.

Desse total, 780 mil toneladas foram apenas para a China, cuja recuperação da economia aumenta a demanda por proteínas animais.

Por outro lado, houve queda no consumo de carne no Brasil. Segundo dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, o consumo brasileiro de carne bovina foi de 29,3 quilos por habitante em 2020, uma queda de 5% em relação ao ano anterior.

“Se a oferta de animais continuar baixa, e a exportação abrir com força, a tendência é o mercado continuar com preços em alta”.

Do iG