Polícia Federal faz busca em chácara de Guido Mantega em Ibiúna

A Polícia Federal realizou na manhã desta quinta-feira (22) o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na chácara do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, no bairro da Ressaca, em Ibiúna.

A inspeção faz parte das ações deflagradas pela 34ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Operação Arquivo X, com o objetivo de investigar fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas (P-67 e P70) para a exploração de petróleo na camada do pré-sal.

Um dos alvos da investigação é o ex-ministro, que foi preso pela Polícia Federal no Hospital Albert Einstein, onde sua mulher passa por tratamento médico, e que seria dono de uma casa no município. A assessoria de imprensa da Polícia Federal em São Paulo que, além de Mantega, um empresário do grupo Cimentos Penha, com quem o ex-ministro teve relações comerciais, também possui um sítio na região.

No dia 9 de maio, Mantega foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal em São Paulo para depor no inquérito da Operação Zelotes, que investiga suposta manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Na ocasião, o ex-ministro declarou que manteve “relações comerciais” com o empresário Victor Sandri, do grupo Cimentos Penha, e que possui um sítio em Ibiúna. Segundo o depoimento de Mantega à Polícia Federal, o ex-ministro afirmou que Sandri tem um sítio, “uma propriedade a 30 quilômetros de Ibiúna, onde tenho uma casa”. A residência de Mantega fica no condomínio Veleiros, no bairro da Ressaca.

De acordo com a Polícia Federal, na Operação Zelotes o empresário Sandri é suspeito de ter sido beneficiado, por intermédio de Mantega, em um julgamento do Carf, braço do Ministério da Fazenda que funciona como uma espécie de “tribunal da Receita”, que julga recursos de empresas contra multas aplicadas pelo Fisco.

Em fevereiro de 2007 Mantega teria sido vítima de um assalto em Ibiúna, quando passava o Carnaval na chácara deste mesmo amigo. O crime gerou grande repercussão nacional e até a transferência do Delegado de Polícia da época.

A Polícia Federal informou que nenhum material ou equipamento foi apreendido no imóvel ou sítio em Ibiúna.

Já em relação à Operação Arquivo X, cerca de 180 policiais federais e 30 auditores fiscais estão cumprindo 50 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 9 mandados de prisão temporária e 8 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

O nome “ARQUIVO X” dado à investigação policial é uma referência a um dos grupos empresarias investigados e que tem como marca a colocação e repetição do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu conglomerado empresarial.

A prisão de Mantega foi revogada na noite de quinta-feira pelo juiz Sérgio Moro.

Por Tiago Albertim – Jornal do Povo