PMs acusados de chacina na região são soltos

Corregedoria não relatou o inquérito no prazo, diz Justiça; 23 foram mortos em Osasco e Barueri

Após seis meses da pior chacina do ano passado, a Justiça Militar mandou soltar os sete policiais militares que ainda estavam presos suspeitos de participar da matança de Osasco e Barueri, na Grande de São Paulo. Entre os dias 8 e 13 de agosto, 23 pessoas foram assassinadas e outras seis ficaram feridas. Dois sargentos, dois cabos e três soldados devem deixar o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte, ainda neste sábado (13).

O juiz José Álvaro Machado Marques, da 4 Auditoria Militar, revogou a prisão preventiva dos agentes alegando que a Corregedoria da corporação não relatou o Inquérito Policial Militar no prazo determinado para a realização da denúncia.

Vale ressaltar que se algum desses sete PMs acumula outro crime, esse pode continuar detido. É o caso do soldado  Fabrício Emmanuel Eleutério, de 30 anos, o primeiro a ir para o Presídio Militar Romão Gomes pela suposta participação no banho de sangue, uma semana depois do crime. Ele foi reconhecido por uma sobrevivente.

Os demais foram detidos em 60 dio durante a operação da SSP (Secretaria de Segurança Pública), montada para desvendar o caso, em 60 dias.

O agente da Guarda Civil Municipal de Barueri vai ficar atrás das grades porque o processo dele sai da instância da Justiça Militar.

Na época da chacina, o Tribunal de Justiça não decretou nenhuma prisão dos PMs por falta de provas e eles ficaram detidos apenas pela Justiça Militar.

Em entrevista ao DIÁRIO, em dezembro do ano passado, o secretário Alexandre de Moraes disse que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) havia relatado o inquérito à Justiça, mas as investigações continuavam.

A polícia ainda não sabe a quantidade correta de agentes públicos que teriam participado da matança.

Segundo investigação, a série de assassinatos aconteceu para vingar as mortes do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira, 42, no dia 7 de agosto, durante um roubo em um posto de gasolina; e do guarda-civil Jefferson Luiz Rodrigues da Silva, 40, dois dias antes da matança, em Barueri.

Por: Amanda Gomes – Diário de S. Paulo