Pfizer deve pedir à Anvisa autorização para vacinar crianças de 6 meses a 5 anos

A presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, disse à Folha de S.Paulo que a farmacêutica pretende apresentar à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o pedido de autorização de uso da vacina do coronavírus em crianças de 6 meses a 5 anos.

Ainda não há aval no Brasil para o uso de vacinas contra o coronavírus em crianças. Apenas o modelo da Pfizer pode ser aplicado no grupo de 12 a 17 anos. Atualmente, a agência reguladora analisa o pedido feito pelo laboratório para imunizar crianças de 5 a 11 anos.

Díez afirmou que o pleito apresentado no Brasil para esse público-alvo foi o mesmo feito em outras agências reguladoras, como a FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos. As vacinas também são as mesmas para adultos e crianças, mas em dose inferior.

O Ministério da Saúde prevê, no plano de vacinação do próximo ano, imunizar 70 milhões de crianças, o que depende de aprovação da Anvisa.

O governo anunciou na segunda (29) a compra de 100 milhões de doses da Pfizer para 2022, com possibilidade de contratar mais 50 milhões de vacinas do mesmo modelo. Como mostrou a Folha, o acordo prevê a entrega ao Brasil de doses adaptadas às variantes do vírus, caso a farmacêutica decida que precisa mudar a formulação de seu imunizante para combater as mutações do coronavírus.

O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse em entrevista à Folha de S.Paulo, na semana passada, que a avaliação será feita no menor tempo possível.

A agência ainda está, paralelamente, debruçada sobre dados de doses de reforço para vacina da Janssen e da AstraZeneca/Fiocruz, e analisando a inclusão de locais de fabricação das vacinas.

A Fiocruz, por exemplo, pediu na última semana para a Anvisa aprovar o uso da vacina com IFA (insumo farmacêutico ativo) feito no Brasil. Na leitura de técnicos dos órgãos, alguns destes pedidos são mais urgentes, pois impactam na continuidade do fornecimento das doses.

Para avaliar o pedido de vacinação dos mais jovens, a Anvisa está ainda reunindo dados de agências do exterior e procurou entidades especializadas.

Por isso, foram encaminhados convites para representantes das sociedades brasileiras de imunologia, infectologia, pediatria e epidemiologia. A ideia é que essas entidades apresentem dados à Anvisa. A agência também avalia realizar eventos abertos com especialistas.

Da Folha