Pavilhão Japonês do Ibirapuera recebe a exposição Bancos Indígenas do Brasil

No dia 9 de junho, o Pavilhão Japonês, construção localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e inspirada no Palácio Katsura, de Kioto, recebe a exposição Bancos Indígenas do Brasil, que apresenta cerca de 70 peças da coleção BEI.

Os bancos foram produzidos por povos de várias regiões do alto e baixo Xingu, sul da Amazônia, Centro-Oeste, norte do Pará, Guianas e noroeste amazônico. No fim de junho, outra seleção de bancos da coleção seguirá para Tóquio, onde ocupará o Museu Teien, construção do começo do século 20 que reflete a influência da arquitetura ocidental em território japonês. Dessa maneira, pretende-se apresentar e homenagear as relações entre as duas culturas no momento em que se comemoram os 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao país.

A mostra, cuja expografia ficou a cargo da designer Claudia Moreira Salles e do arquiteto Eiji Hayakawa, revela a sofisticação e a importância cultural dos bancos: alguns são zoomórficos, representando animais da fauna brasileira; outros são assentos mais convencionais, lixados com esmero, pintados com pigmentos naturais, decorados com grafismos ou entalhes.

Em todos, os aspectos utilitários e decorativos conciliam-se à dimensão simbólica, de forma de que as peças espelham o universo cultural, os mitos e a cosmologia das etnias que as fabricam.

Nesse movimento de aproximação entre a arte indígena e a japonesa, os organizadores pretendem expor a forma como ambas, cada um a seu modo, cultivam o rigor e, ao mesmo tempo que reverenciam a tradição, assimilam as transformações trazidas por nossa época — os índios, por exemplo, hoje usam ferramentas e introduzem inovações em sua arte, mas mantêm-se fiéis aos ensinamentos de seus antepassados. Ambas compartilham, ainda, um intenso sentido de integração com a natureza, traduzido pelo uso sustentável da madeira. A exposição, portanto, constitui um olhar multicultural sobre a relação entre a matéria-prima e a obra final, o uso do material e sua preservação, a natureza e o fazer artístico.

Por sua abrangência e variedade, a exposição Bancos Indígenas do Brasil toca em uma ampla variedade de temas, revelando pontos de conexão entre a arte indígena e mostrando ao público a potência criativa e o apuro estético dos povos tradicionais.

EXPOSIÇÃO NO JAPÃO TERÁ EXPOGRAFIA DE TOYO ITO

No dia 30 de junho, outra seleção de bancos da Coleção BEI comporá a exposição Bancos Indígenas do Brasil, que ocorrerá no Museu Teien, em Tóquio, com expografia do arquiteto japonês Toyo Ito. O evento de abertura contará com a presença de Mayawari Menhinaku, artista da etnia Mehinaku que representará os povos indígenas brasileiros.

FICHA TÉCNICA DA EXPOSIÇÃO
Curadoria e projeto cenográfico: Claudia Moreira Salles, Eiji Hayakawa e Gabriel Bueno
Montagem: Cenografia Catanduva
Projeto de iluminação: Fernanda Carvalho/Design da Luz Estúdio; colaboração: Charly Ho/Montagem da iluminação: Santa Luz

SERVIÇO
EXPOSIÇÃO BANCOS INDÍGENAS DO BRASIL
9 de junho a 5 de agosto
Acesso: Portão 3 e 10 – Avenida Pedro Álvares Cabral
Funcionamento: quarta, sábado, domingo e feriado
Horário: das 10h às 12h e das 13h às 17h
Tel: 5081-7296 e 3208-1755
Entrada Gratuita.

SOBRE A BEĨ EDITORA
A palavra BEĨ –”um pouco mais”, em tupi – define com precisão o espírito de quem busca superar limites em cada projeto que executa. Desde sua fundação, a BEĨ Editora vem se diferenciando pela originalidade das suas publicações e pela excelência de seus projetos gráficos. Além de sua atividade editorial, a BEĨ organiza as plataformas Arq.Futuro, plataforma de discussão sobre o futuro das cidades, e Por quê? – Economês em bom português, projeto voltado para a educação, discussão e divulgação de temas econômicos para o público não especializado.