Operação da PF prende chefe de tráfico no MT e comparsa em Cotia

A Polícia Federal (PF) prendeu no sábado (1º), Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, um dos maiores traficantes da América do Sul segundo a corporação. Ele foi preso em Sorriso (MT).

De acordo com a PF, ele era um dos traficantes mais procurados pela Polícia Federal e pela Interpol na América do Sul, considerado um dos “barões das drogas” do Brasil ainda em liberdade, já condenado pela Justiça Federal a penas que somam mais de 50 anos de prisão.

Para se esconder, o traficante fez cirurgias plásticas para alterar suas feições e usava, atualmente, a identidade de Vitor Luiz de Moraes, ainda de acordo com a PF.

No entanto, ele foi localizado recentemente pela área de combate ao tráfico de drogas da PF, que precisou acionar a perícia. Com dados fotográficos, concluiu-se que Luiz Carlos da Rocha e Vitor Luiz de Moraes são a mesma pessoa.

Além dele, também foi preso Wilson Roncarati, em Londrina, no norte do Paraná, que é considerado pela PF o braço direito de Cabeça Branca. Os dois foram presos preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado. Outro membro foi preso em Cotia (Veja abaixo).

Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização criminosa, com penas somadas que passam de 20 anos de prisão.

O G1 tenta contato com a defesa de Luiz Carlos da Rocha e de Wilson Roncarati.

Operação Spectrum

Além dos dois mandados de prisão preventiva, aproximadamente 150 agentes federais cumpriram 19 mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor, A operação teve mandado de prisão em Cotia, mas a PF não deu mais detalhes.

A PF informou, ainda, que somente nesta primeira ação foram sequestrados aproximadamente US$ 10 milhões, concentrados em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo importados.

A estimativa das investigações é de que o patrimônio adquirido por Cabeça Branca com o tráfico internacional de drogas chegue a US$ 100 milhões.

O nome da operação, batizada de Spectrum, faz referência a Cabeça Branca que, segundo a PF, vivia discretamente, sendo reconhecido no meio policial pela experiência internacional, transcontinental e com larga rede ilegal de relacionamento, sendo procurado há quase 30 anos.

A organização criminosa

Ainda conforme a PF, a organização criminosa liderada por Luiz Carlos Rocha era extremamente violenta, com utilização de escoltas armadas, carros blindados, entre outros.

O grupo, segundo a polícia, era um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e carioca. A organização atuava com estrutura empresarial com áreas de produção em regiões de difícil acesso em países como Bolívia, Peru e Colômbia. Além disso, a organização tinha logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil, e exportando cocaína para Europa e Estados Unidos. A estimativa da PF é de que a quadrilha movimentava 5 toneladas de cocaína por mês.

Do G1