No Dezembro Vermelho, Dra. Julia Nicolosi alerta sobre acidentes na infância e adolescência

De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde, acidentes são “um acontecimento fortuito, geralmente danoso ou ainda como um acontecimento independente da vontade humana provocado por uma força exterior que atua rapidamente e que se manifesta por um dano corporal ou mental”. Considerada a principal causa de morte entre crianças de 0 a 14 anos, os acidentes podem ser evitados – como preconiza o Dezembro Vermelho, programa de conscientização sobre o tema, apoiado pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Especialista em saúde da criança, a enfermeira da USP, Júlia Nicolosi conta que o número de óbitos e lesões é alto: “infelizmente, o Ministério da Saúde aponta que, em 2015, foram 2.441 mortes de crianças de 0 a 14 anos, sendo 1.440 delas por acidente de trânsito, e mais de 100.500 crianças internadas por conta de acidentes variados”.

Dentro de casa temos várias armadilhas, como destaca a pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Thais Bustamante: “panelas quentes com cabos voltados para fora do fogão; brinquedos e objetos que podem ser colocados na boca; tanques e baldes que podem causar afogamento; embalagens plásticas que podem sufocar; quedas de trocador, cama, janela ou escada; intoxicação por medicamento, inseticida, perfume, produto de limpeza; quedas de bicicletas, patins e patinetes são alguns dos acidentes mais comuns que vemos acontecer e que causam traumas importantes”, enumera.

A decoração de Natal também é uma armadilha. “As famílias enfeitam as casas com bolinhas e pequenos enfeites que são inadequados para a idade das crianças e acabam aumentando as chances de sufocamento”, diz Júlia.

Para evitar imprevistos, é preciso:

– Em automóveis, sempre transportar a criança na cadeirinha adequada a sua idade;
– Manter produtos de limpeza fora do acesso da turminha;
– Guardar medicamentos em locais altos e de difícil acesso aos pequenos;
– Colocar telas protetoras em piscinas e grades em escadas;
– Atenção redobrada com a cozinha;
– Nunca subestimar a inteligência e agilidade das crianças, independentemente da faixa etária;
– Nunca relaxar em relação à prevenção de acidentes.

“As famílias também devem ter anotados telefones importantes e deixarem em fácil acesso, como o CEATOX (Centro de Assistência Toxicológica) da sua região, Bombeiros (193) e SAMU (192)”, indica a pediatra.

*Júlia Nicolosi Enfermeira é Doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Mestre em Enfermagem, Especialista em Enfermagem Neonatal e Gerencial, Integrante da E-update Cursos, Treinamentos e Consultoria em Saúde.