Moradores de bairros se unem contra a “internalização” do trânsito da Raposo Tavares

No dia 3 de julho a prefeitura de Cotia divulgou uma reunião do prefeito com vereadores para apresentar o projeto de uma “obra de infraestrutura com foco na mobilidade urbana” e anunciar o seu início nos próximos meses com conclusão prevista para meados de 2016 (LEIA MATÉRIA PUBLICADA NA ÉPOCA).

Seu objetivo é desviar o trânsito da Raposo Tavares do Km 26 através de vários bairros e desemboca-lo no Km 21 na entrada do Rodoanel. A conveniência desta obra, que deverá afetar pesadamente a rotina de pelo menos sete bairros, deveria ser discutida em audiências públicas, mas não foi sequer anunciada propriamente aos seus moradores.

Em uma reunião ocorrida no condomínio Villa Di Itália no domingo, dia 5/7, moradores do Jardim Guerreiro, Chácara Pavoeiro e Jardim Barbacena debateram com preocupação o projeto.
O desvio proposto levará o trânsito de uma rodovia para vias estreitas e sem estrutura para trânsito pesado como a Estrada do Embu, Rua Meandro, Rua dos Esquilos, Estrada dos Galdinos e Estrada do Espigão. Neste trajeto predomina o trânsito de pedestres, incluindo crianças que acessam três creches, duas escolas estaduais, duas escolas municipais, a escola do Projeto Âncora além de duas faculdades, através de ruas com calçadas estreitas ou até sem calçadas. Os pedestres são obrigados a transitar pelo leito carroçável das vias, sujeitos a atropelamentos.

Além deste grave problema, esses locais hoje já apresentam gargalos de circulação que têm se agravado com a construção de condomínios e estabelecimentos comerciais e o consequente aumento de circulação local de veículos, a saber:
A) Gargalo de trânsito na confluência dos acessos do km 26 para a Estrada do Embu;
B) Gargalo de trânsito no acesso ao supermercado Açaí e no farol com a Estrada do Capuava;
C) Trânsito intenso na Rua dos Esquilos no Jardim do Engenho pelo acesso do trânsito da Avenida João Paulo Ablas;
D) Gargalo de trânsito na Estrada dos Galdinos em trechos com menos de 4 m de largura e postes instalados na pista de rolamento;
E) Congestionamento intenso em frente a Faculdade Mario Schenberg
F) Ponto de acidentes recorrentes na Rua Monte Alegre e na Estrada do Espigão, notadamente na esquina em frente à Escola Estadual Fernando Nobre;
G) Gargalo de trânsito na chegada à Raposo Tavares no km 21, onde o trânsito já gera filas de mais de 1 km na Espigão;
H) Em todo o trajeto, buracos constantes nas vias devido ao trânsito de ônibus e caminhões;
I) Em todo o trajeto, iluminação precária em vários trechos;
J) Em todo o trajeto, carros estacionados sobre calçadas devido à pouca largura das ruas;
K) Sinalização quase inexistente e, quando há, é desrespeitada com frequência como, por exemplo, a proibição de trânsito de caminhões com mais de dez toneladas no aclive da Estrada do Espigão a partir da Raposo Tavares;
L) Incompatibilidade dessas vias para o trânsito frequente de caminhões, devido aos aclives e à estreiteza, como já constatado em documentos do DER.

Além destes problemas já existentes que serão agravados pelo aumento do trânsito, a região sofre com outros de segurança pública. São frequentes os assaltos a pedestres, residências e estabelecimentos comerciais e os sequestros relâmpagos de motoristas devido à facilidade de fuga pelo Rodoanel ou pela Raposo Tavares. A Estrada do Espigão foi palco de uma das ocorrências policiais mais espetaculares do ano passado, quando quatro marginais foram mortos após perseguição e tiroteio, em frente à Faculdade Mario Schenberg.

Na reunião do dia 5 os moradores decidiram solicitar à prefeitura audiências públicas para debater o assunto. Ao mesmo tempo foi disponibilizado um abaixo-assinado aos moradores dos bairros atingidos que se contrapõem ao projeto.
Está sendo convocada uma próxima reunião entre moradores no início de agosto em data a ser confirmada.

Contato para mais informações: Ozair Lessa – e-mail: [email protected] – 9-7220-1372