Incêndio de sábado em Cotia destruiu, também, 8.500 vinhos de até 679 reais

O incêndio que destruiu galpões industriais no km 28 da Raposo Tavares, em Cotia, no último sábado, ainda tinha resquícios nesta segunda-feira, segundo relatos de pessoas que passaram pelo local.

Além de queimar bobinas de papel de uma das empresas atingidas, destruiu todo o estoque da importadora Vindame guardado em uma das unidades do condomínio de armazéns a ITL Express. O fogo começou às 18h num armazém de bobinas de papel e logo tomou grandes proporções. Vídeos mostram labaredas muito altas e fumaça densa. A fumaça atrapalhou o trânsito na rodovia, sem chegar a interrompê-lo.

Foram destacados 81 bombeiros e 27 viaturas para apagar o fogo. Não houve vítimas. “Mas acabou com todos os galpões”, diz o alemão Michael Schütte, sócio administrador da Vindame. “O nosso gerente comercial foi até o local, mas não conseguiu nem entrar porque os bombeiros ainda estavam trabalhando. Disse que não sobrou nada do condomínio. É uma pena. Gosto da ITL, é uma empresa moderna, com todos os recursos. Não acho que foi culpa deles.” A causa do incêndio ainda não foi determinada.

A Vindame tinha 8500 garrafas no local. Algumas delas bastante especiais, como as 144 garrafas do Barbaresco Ronchi 2013, um vinho do Piemonte que é vendido na importadora por R$ 679, a unidade. Ou as 78 unidades do alemão Verremberger Pinot Noir GG 2015, que saem por R$ 569 cada. Segundo Schütte foi informado, a ITL tem seguro, que vai cobrir os prejuízos. “Vão me reembolsar o valor que a garrafa tinha quando entrou no estoque”, diz o importador. “Ou seja, o que ela me custou até chegar ali. Mesmo assim teremos um prejuízo significativo pois já tive custos de armazenagem e o dólar subiu desde que comprei essas garrafas. Sem contar que perco o lucro que eu iria obter com elas”.

O prejuízo ainda não foi calculado. Mas maior preocupação no momento é repor o estoque o mais rapidamente o possível. “Já estou ligando para os fornecedores”, diz. “Mas é época de vindima na Europa, então não é fácil. Alguns fornecedores nem têm mais o vinho.” É o caso do Barolo Oddero, por exemplo, cujas safras 2015 e 2016 já acabaram e a safra 2017 só chega em 2021. “Estou tentando agilizar ao máximo para ver se consigo receber a reposição até o meio de novembro para não perder as vendas de Natal.”

Por Tânia Nogueira – Revista Exame